Manaus - Os professores da Universidade
Federal do Amazonas (Ufam) suspendem as atividades na próxima quarta-feira
(19), Dia de Paralisação Nacional dos Docentes das Instituições Federais de
Ensino Superior (Ifes).
Segundo
o presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas
(Adua), José Belizario, a suspensão das atividades representa a retomada da
agenda de lutas da categoria, iniciada com a protocolização da pauta dos
docentes das Ifes no Ministério da Educação (MEC), dia 26 de fevereiro. A
categoria também solicita uma audiência com o órgão. “Parar é uma forma de
sensibilizar o governo federal, na perspectiva de atender às reivindicações dos
docentes”, afirmou Belizario.
A
valorização salarial, levando em conta o alto custo de vida no Amazonas,
configura um dos principais eixos de luta dos professores da Ufam, que, segundo
a Adua, apresenta remuneração inferior a de servidores do Instituto Nacional de
Pesquisas da Amazônia (Inpa) e da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
De
acordo com Belizario, essa desvalorização apresenta escala ainda mais desigual
no caso dos servidores lotados fora da sede, privados de serviços básicos e de
uma Gratificação Especial de Localidade (GEL), destinada à garantia da
isonomia. “Neste contexto, há uma gritante diferença no custo de vida entre as
regiões do Brasil e as cidades do interior e a capital, que são agravadas com o
isolamento imposto pelas distâncias geográficas”, disse ele.
Sintomática
na Ufam, a precarização das condições de trabalho, segundo Belizario, também
põe a infraestrutura e os equipamentos adequados para o desenvolvimento das
atividades no rol de reivindicações dos docentes da universidade federal.
Conforme o docente, a categoria sofre com a sobrecarga de trabalho no âmbito do
ensino e a fragilização das atividades de pesquisa e extensão, gerando muitas
vezes o adoecimento do trabalhador.
Os
professores da Ufam também pretendem trazer para o centro da discussão a
importância da autonomia universitária, tão debatida nos últimos meses e
igualmente ameaçada pela retirada de direitos trabalhistas como férias
remuneradas durante afastamento para capacitação; privatização do Hospital
Universitário Getúlio Vargas (HUGV) através da adesão à Empresa Brasileira de
Serviços Hospitalares (Ebserh); relutância da administração superior em
apresentar no Conselho Universitário (Consuni) o Relatório da Estatuinte,
iniciada em 2011 e concluída dois anos mais tarde, graças à pressão do
movimento docente na Ufam.
Programação
No Dia
Nacional de Paralisação, 19 de março, os professores da Ufam ficarão
concentrados, a partir das 7h, no Bosque da Resistência, na entrada do Campus
Universitário da instituição, com intuito de sensibilizar a comunidade
acadêmica para a necessidade de luta conjunta por melhorias para a universidade
pública.
Sintesam recorre ao MPF contra empresa
A
Coordenação Executiva do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Superior do
Estado do Amazonas (Sintesam) vai ingressar com ação civil pública no
Ministério Público Federal (MPF) para o cancelamento do contrato de adesão
firmado entre a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e a Empresa Brasileira
de Serviços Hospitalares (Ebserh), em novembro de 2013, para administrar o
Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV). A ação, segundo a categoria, é
motivada por vários aspectos, sobretudo a quebra de autonomia universitária e
por ferir o estatuto do servidor público.
Atualmente
a universidade mantém mais de 200 servidores no HUGV em funções técnicas e
administrativas. O Sintesam posicionou-se contrário ao mecanismo de desvio de
função, considerado exploração do trabalhador, uma vez que não oferece
garantias de benefícios ao servidor. Mas, os coordenadores ressaltaram a
necessidade de diálogo com trabalhadores envolvidos antes da efetivação da
determinação pela Ebserh.
Nenhum comentário:
Postar um comentário