domingo, 16 de março de 2014

Escolas terão que adotar calendário especial devido à cheia de rios no AM

Reposições das aulas perdidas serão definidas após descida das águas.
Mais de 9 mil alunos estão em aula em Humaitá, Canutama e Boca do Acre.




A cheia dos rios Madeira e Purus suspendeu aulas em, pelo menos, 12 escolas da rede estadual de ensino no interior do Amazonas. Somente nas unidades educacionais estaduais 870 alunos estão com as atividades escolares interrompidas. Escolas municipal também foram afetadas. As escolas atingidas pelas enchentes devem reorganizar o calendário escolar, segundo as secretarias de Educação.
De acordo com o último balanço divulgado, no Amazonas, os municípios de Manicoré, Apuí, Canutama, Boca do Acre, Lábrea, Pauini, Envira, Guajará e Ipixuna estão em estado de emergência. Humaitá é a única cidade com estado de calamidade. Tapauá, Carauari, Eirunepé,Itamarati, Borba e Novo Aripuanã estão em estado de alerta.
Segundo a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) do Amazonas, do total de unidades afetadas dez estão localizadas em Humaitá, uma em Canutama e uma em Boca do Acre. As instalações das unidades educacionais estaduais estão servido de abrigos para famílias desalojadas pela enchente. Em Humaitá, 670 alunos estão sem aulas desde dia 27 de fevereiro, somente na rede estadual. Já em Canutama e Boca do Acre, as atividades escolares foram suspensas para 200 estudantes, nos dias 10 e 12 de março, respectivamente.
A situação da cheia é mais crítica no Sul do Amazonas, principalmente em Humaitá onde nenhuma das 102 escolas da rede municipal de ensino iniciou o ano letivo de 2014. Segundo dados da Secretaria Municipal, 9.050 alunos estão sem aulas.
A secretária municipal de Educação de Humaitá, Jucinete de Jesus Sales, revelou que 48 escolas da zona rural estão alagadas e dez unidades na zona urbana da cidade estão servindo de abrigo para população. A subida das águas do Rio Madeira também afeta as demais escolas, que ficaram isoladas.

"As aulas deveriam ter iniciado no dia 20 de fevereiro, mas não foi possível iniciar o ano letivo. Parte dos alunos precisa ir das comunidades ribeirinhas para cidade pela rodovia, sendo a passagem pela BR-230 está impedida porque do 1km ao 22 km da Transamazônica está alagada", relatou Jucinete Sales.   

Reposição
Ainda não há previsão de quando as aulas serão retomadas nas escolas da rede estadual de ensino. A Seduc explicou que para cumprir a carga horária anual de 800 horas/aulas exigida pelo Ministério da Educação (Mec) um calendário letivo especial será desenvolvido.
"Conforme as famílias deixarem as escolas, a direção de cada unidade irá verificar o período de aulas perdidas e elaborará o calendário de reposição com base nesses dados. As propostas das direções serão analisadas pelo departamento de políticas e programas educacionais da Seduc", esclareceu a pasta.
A previsão que parte da rede municipal de Humaitá inicie o ano letivo quando as águas do Rio Madeira começar a baixar. Outras escolas precisarão de reparos e reformas antes do início das atividades escolares.
"Na zona urbana, assim que as famílias voltarem para casa será possível iniciar as aulas nas escolas. Já nas escolas na zona rural, a situação é diferente e temos que esperar a descida das águas e esse processo é lento. Tem escola não terá mais jeito porque tombou pela força da correnteza. Mesmo nas escolas que ficarem de pé, teremos que fazer reparos no sistema elétrico e outros tipos de consertos", explicou a secretária de educação de Humaitá.

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