A Amazônia* é a maior floresta tropical existente, o equivalente a um terço das reservas de florestas tropicais úmidas do mundo e o maior banco genético do planeta, além de conter um quinto da disponibilidade mundial de água doce e um patrimônio mineral não mensurado.
A floresta amazônica é um ecossistema autossustentável, que se mantém com seus próprios nutrientes em um ciclo permanente. São matas de terra firme, florestas inundadas, várzeas, igapós, campos abertos e cerrados que abrigam uma infinidade de espécies, como 1,5 milhão de vegetais catalogados, três mil espécies de peixes, 950 tipos de pássaros, além de milhões de outros animais, como insetos, répteis, anfíbios e mamíferos.
No meio desses tantos, alguns estão fadados a serem esquisitos. Apesar do desmatamento terrível ao que a floresta está submetida, ainda podemos observar nela animais estranhos e maravilhosos, que você provavelmente nunca ouviu falar. Confira:
1 – Jupará
Jupará é um mamífero arborícola noturno da mesma família dos quatis e guaxinins. Tem a pele dourada e uma cauda que pode agarrar galhos. Come principalmente frutas e insetos, usando sua língua de 12 centímetros de comprimento para agarrá-los, e também para lamber o néctar das flores. Possui cerca de 60 cm de comprimento, e chega a pesar 3 kg. Também é conhecido como quincaju (do inglês Kinkajou) ou urso de mel.
2 – Poraquê
Morador de rios turvos, o poraquê ou enguia elétrica pode atordoar humanos. Esse peixe, que não é uma enguia (apesar do nome), pode chegar a três metros de comprimento e pesar cerca de 30 kg. É uma das espécies de peixe-elétrico, com capacidade de geração elétrica que varia de cerca de 300 volts a cerca de 0,5 ampères até cerca de 1.500 volts a cerca de três ampères.
O nome poraquê vem da língua tupi e significa “o que faz dormir” ou “o que entorpece”, em referência às descargas elétricas que produz. Mas as mortes atribuídas a este animal são geralmente devido a afogamento, quando a vítima paralisada fica incapaz de nadar.
3 – Rã da flecha venenosa
Esse nome engloba rãs da família Dendrobatidae, cujos membros têm a particularidade de produzirem toxinas potentes na pele. Você pode achar as rãs coloridas “fofas”, mas essas cores fortes servem para avisar seus predadores de que elas estão entre as criaturas mais tóxicas da Terra. Algumas são tão potentes que meramente tocar o animal pode gerar uma dose letal.
O nome desse grupo vem do fato de que os índios costumam usar essas rãs para fazer flechas, ou dardos, venenosos.
4 – Formiga-cabo-verde
Essa é a maior formiga do mundo. Com 18 a 25 mm e coloração avermelhada-escura, essa formiga do tamanho do seu dedo mindinho parece uma vespa e tem uma mordida correspondente à fama.
Apesar de viver em colônias, geralmente na base de uma árvore, essa formiga é solitária durante o dia. Reza a lenda que a dor de sua picada demora 24 horas para desaparecer, e que algumas tribos locais a usam em cerimônias de iniciação, em que os jovens têm de suportar picadas repetidas sem fazer um som. As mulheres são poupadas desse sofrimento (amém).
Pode ter vários nomes, como tocandira, formigão, formigão-preto, chia-chia. Em inglês e espanhol, é conhecida como formiga bala (no sentido de bala de revólver, talvez por causa do seu tamanho ou em alusão à dor de sua picada).
5 – Basilisco ou lagarto Jesus
O Basiliscus basiliscus é uma espécie de lagarto que tem a habilidade (compartilhada com outros lagartos do gênero Basiliscus) de correr sobre a água sem afundar, o que lhe rendeu o apelido (em inglês) de lagarto Jesus Cristo.
Para fugir de predadores, este réptil pode correr ao longo da superfície da água usando a tensão superficial para suportar brevemente o seu peso (por 8 km, mais ou menos, até ele ter que começar a nadar). Essa habilidade incrível é devido à anatomia das patas traseiras do lagarto, com seus dedos alongados e unidos por membranas. Quanto menor e mais leve o indivíduo, maior a distância percorrida sem afundar. Eles possuem normalmente 25 centímetros de comprimento, mas alguns indivíduos podem chegar a 75.
Para fugir de predadores, este réptil pode correr ao longo da superfície da água usando a tensão superficial para suportar brevemente o seu peso (por 8 km, mais ou menos, até ele ter que começar a nadar). Essa habilidade incrível é devido à anatomia das patas traseiras do lagarto, com seus dedos alongados e unidos por membranas. Quanto menor e mais leve o indivíduo, maior a distância percorrida sem afundar. Eles possuem normalmente 25 centímetros de comprimento, mas alguns indivíduos podem chegar a 75.
6 – Morcego-pescador
Evitando a dieta típica de insetos dos morcegos, a maior espécie de morcego do mundo tem garras como a de uma água marinha. Em inglês, é chamado também de morcego buldogue por causa de seu focinho canino. Na escuridão da noite, o morcego-pescador, em voos rasantes sobre a superfície de águas calmas como lagoas e baías, usa um sistema de ultrassom para detectar pequenas turbulências feitas pelos cardumes, alimentando-se assim dos peixes, bem como de crustáceos (essencialmente camarões) e às vezes insetos como traças e besouros.
7 – Sapo vidro
Esse é o apelido dos sapos da família Centrolenidae, que são translúcidos. Ou seja, seu corpo é totalmente transparente, permitindo-nos ver até seus órgãos internos, incluindo o bombeamento de seu coração. A vantagem do corpo transparente é que ele assume a tonalidade da vegetação circundante, tornando difícil de ver o sapo (evitando assim predadores).
8 – Jequitiranabóia
Esse inseto, conhecido em inglês como “inseto cabeça de amendoim”, é um bicho muito esquisito, completamente indefeso, mas que parece ter alguns mecanismos de “camuflagem” em seu corpo, como a protuberância bulbosa de sua cabeça, que se parece muito com amendoim sem casca, e que os cientistas acreditam que imita a cabeça de um lagarto, a fim de deter predadores curiosos. Ele também tem asas com manchas que se parecem com os olhos de uma coruja.
9 – Urutau
Durante o dia, o urutau repousa em cima de um ramo morto, perfeitamente imóvel. Foi apelidado até de “avefantasma” por causa de sua camuflagem extraordinária, por imitar perfeitamente um toco de árvore morto ou quebrado. Suas penas parecem casca de árvore, e suas pálpebras têm uma fenda que permite que o pássaro veja mesmo quando seus olhos estão fechados. Eles normalmente ficam parados mesmo quando abordados por um outro animal ou humano, e só voam quando sentem que foram descobertos.
Como ele é noturno, e come insetos voadores, seu “comportamento estátua” durante o dia serve para se esconder de predadores – que eles quase não têm, afinal, é extremamente difícil encontrá-los. Filhotes aprendem desde cedo a “congelar na posição”, mas imitam geralmente fungos.
10 – Candiru
O candiru, também chamado de canero ou peixe-vampiro, ou peixe palito em inglês, é uma criatura desagradável que nada até o trato urogenital de banhistas e se aloja lá. A remoção do peixe por cirurgia é o único tratamento.
Esses finos, pequenos, quase transparentes parentes de bagre estão entre os poucos vertebrados hematófagos, ou seja, se alimentam do sangue de outros peixes. Os candirus fazem isso se ancorando a eles com uma série de espinhos em forma de gancho. Uma infestação severa pode enfraquecer e, eventualmente, matar uma vítima infeliz. Eles também se alimentam de peixes mortos, comendo-os de dentro para fora.
Às vezes, ele nada para dentro da uretra ou do ânus de homens e mulheres distraídos em rios da Amazônia, e fica preso lá por causa de suas espinhas em gancho. Isso é muito doloroso e potencialmente mortal, porque quando a vítima humana deixa a água, o peixe morre e seu corpo começa a apodrecer. A infecção por esse peixe já causou mortes em partes remotas da América do Sul, onde não há muitos hospitais.
*Em território brasileiro, os ecossistemas amazônicos ocupam uma superfície de 368.989.221 hectares, abrangendo os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Maranhão, Tocantins e Mato Grosso
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