segunda-feira, 30 de junho de 2014

Quantas Amazônias existem?

Pelo menos cinco conceitos diferentes costumam ser tomados como sinônimo de Amazônia: Amazônia continental (no Brasil e outros países da América do Sul), bacia do rio Amazonas, Amazônia Legal, bioma Amazônia e floresta Amazônica. Há ainda a confusão que muita gente faz entre o estado do Amazonas e a Amazônia. "Há várias Amazônias, e isso cria uma dificuldade e até uma sobreposição de conceitos e temas", afirma Reinaldo Correa Costa, geógrafo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Nem mesmo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sabe, com precisão, delimitar a área que cada uma das "Amazônias" ocupa. O IBGE afirma, por exemplo, que todos os 3,8 milhões de km2 da bacia do rio Amazonas são cobertos pela floresta, mas sabe-se que há, na região, outros tipos de vegetação, como cerrado e campos. Veja abaixo o que significa cada conceito e a estimativa da área de cada um. :-?
TERRITÓRIO DEMARCADO
Amazônia é dividida de acordo com conceitos geográficos e políticos
ESTADO DO AMAZONAS
O Amazonas é a mais extensa das 27 unidades federativas brasileiras, com área equivalente à da Mongólia e pouco menor que todos os estados da Região Nordeste somados. Em mais de 1,5 milhão de km2, há apenas 62 municípios, o que dá uma área média de 25 335 km2 para cada município, tamanho superior à área de Sergipe (21 910 km2)
FLORESTA AMAZÔNICA
Não se sabe ao certo quanto da Amazônia é de floresta. Segundo o IBGE, a área é de 3,8 milhões de km2 , ou seja, o total da bacia Amazônica. Já o Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia afirma que a floresta cobre 64% da Amazônia Legal (3,3 milhões de km2) - a cobertura original, antes do desmatamento, era de 73% da região
BIOMA AMAZÔNIA
O bioma Amazônia é formado pelas regiões que têm o mesmo clima, a mesma vegetação florestal e a mesma fauna. Esse conjunto de fatores cria condições biológicas específicas para a área. O bioma amazônico ocupa 49,29% do Brasil e é o maior bioma terrestre do país - o segundo maior é o bioma cerrado - mas também se estende para os outros países
AMAZÔNIA LEGAL
A Amazônia Legal é um conceito político criado pelo governo brasileiro em 1953, alegando que havia problemas econômicos, políticos e sociais semelhantes nesses estados, mas a divisão não corresponde à geografia natural da Amazônia (no Tocantins, por exemplo, há áreas de cerrado)
AMAZÔNIA
Amazônia é toda a região ocupada pela bacia do rio Amazonas. Como atravessa vários países, não há um órgão responsável por ela. Isso acaba gerando dados conflitantes sobre seu tamanho, que vai de 6,5 milhões a 7,5 milhões de km2. No Brasil, a Amazônia tem 3,8 milhões de km2

domingo, 29 de junho de 2014

Em Manaus, empresário produzirá pães de frutas amazônicas.

O empresário Jorge Carlos produzirá pães com sabores amazônicos. Foto: Divulgação/Fapeam
O empresário Jorge Carlos produzirá pães com sabores amazônicos. Foto: Divulgação
MANAUS – Você já pensou em comer pão sabor açaí, cupuaçu e tucumã? Pois em breve este produto estará disponível no mercado. A empresa amazonense ‘Sabores de Tradição‘ em breve comercializará pães com sabores regionais na capital amazonense. “O projeto ainda vai começar, mas já fizemos as seleções de matérias-primas e tecnologias para iniciar a produção em julho”, revela o empresário Jorge Carlos Seco Neves, proprietário da empresa.
Segundo Jorge Carlos, o projeto está na fase de seleção dos produtos utilizados na panificação. Em seguida, serão realizadas análises laboratoriais e os testes de aceitabilidade. Os pães serão produzidos com polpas de frutas amazônicas liofilizadas [que permite à água congelada no material passar diretamente da fase sólida para a fase gasosa]. “Procuramos os principais fornecedores do país para realizar pesquisas que pudessem agregar valor aos alimentos. Nosso objetivo é fazer um subproduto em que as pessoas pudessem ter um alimento prático e que mantivesse as características do fruto”, pontuou.
Amazônia de A-Z: Frutas da Amazônia
tucumã (Astrocaryum aculeatum), o cupuaçu (Theobroma grandiflorum), açaí (Euterpe oleracea) são frutos típicos da região amazônica. O valor nutricional que eles possuem e o sabor inigualável têm despertado o interesse de pesquisadores e, consequentemente, estudos científicos de diversas áreas do conhecimento têm sido desenvolvidos.
Foto: Foto: Érico Xavier/Fapeam
Foto: Foto: Érico Xavier/Fapeam
A empresa de Jorge Carlos teve o projeto ‘Pães inovadores com insumos amazônicos e funcionais’ contemplado no Programa de Subvenção Econômica à Inovação Tecnológica em Micro e Pequenas Empresas no Estado do Amazonas. Para este Edital, foram disponibilizados cerca de R$ 13,5 milhões, oriundos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e da Agência Brasileira de Inovação (Finep).
Com uma experiência de 30 anos no ramo de panificação, Jorge Carlos conta que iniciou o negócio com venda de produtos na feira da Eduardo Ribeiro, aos domingos. “Comecei vendendo produtos de panificação portuguesa. Contudo, percebi que muitos turistas queriam algo regional e que pudessem levar de lembrança da viagem os sabores locais”, destacou.

sábado, 28 de junho de 2014

Conheça as origens do selo da Zona Franca de Manaus

Selo da Zona Franca de Manaus. Foto: Divulgação/Suframa
Selo da Zona Franca de Manaus. Foto: Divulgação/Suframa
MANAUS – Leveza, harmonia, simplicidade e universalidade. Foram estes os conceitos usados para a criação do selo Zona Franca de Manaus (ZFM) em 1982. A imagem da garça com asas abertas, estampada nos produtos oriundos da indústria local, foi desenvolvida pela agência amazonense Saga Publicidade. “A escolha da garça como elemento gráfico tem uma explicação simples: leveza, apelo visual, liberdade para voar – em termos de mercado, visando inclusive as exportações”, explica o autor da marca, o diretor de criação Reginaldo Lima.
Segundo ele, independente de ser a garça um símbolo amazônico, a ave é encontrada em todo o país. “E isso tinha a ver com a discussão do momento, em nossos brainstormings, pois já considerávamos que a Zona Franca de Manaus era, de fato, Zona Franca do Brasil. Um modelo nacional de desenvolvimento econômico e social”, ressalta. Além da parte visual, a agência também teve importante participação no desenvolvimento de estratégias de divulgação da ZFM no eixo Rio-São Paulo.
Reginaldo Lima, Diretor de Arte da Saga Publicidade e criador do selo ZFM. Foto: Arquivo Pessoal/Cedida
Reginaldo Lima, Diretor de Arte da Saga Publicidade e criador do selo ZFM. Foto: Arquivo Pessoal/Cedida
Em colaboração com a Associação Comercial do Amazonas (ACA) e o Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), a Saga fez uma campanha publicitária nacional e elaborou estratégias de divulgação da indústria local. Na década de 1980, os segmentos de eletroeletrônicos, oftálmicos, relojoeiros e motocicletas da ZFM abasteciam quase a totalidade do mercado brasileiro. Assim, a agência propôs à Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) que os lançamentos publicitários dos produtos produzidos no polo fosse realizado primeiro em Manaus. A obrigatoriedade do uso do selo, não apenas na embalagem dos produtos, mas nas campanhas publicitarias também fez parte da estratégia.
Garça voando em Jurubatiba foto Rômulo Campos - ICMBio
Ave inspirou criação do selo dos produtos ZFM. Foto: Rômulo Campos/ICMBio
Originalmente, a marca trazia o texto “Produzido na Zona Franca de Manaus. Conheça o Amazonas”. A partir de 1998, com a ampliação dos benefícios da Zona Franca de Manaus para as Áreas de Livre Comércio em Rondônia, Roraima, Acre e Amapá, adotou-se um texto mais abrangente. Desde então, a marca traz o texto “Produzido no Polo Industrial de Manaus. Conheça a Amazônia”.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Doutor da Borracha produz peças a partir da seiva da seringueira

RIO BRANCO – Arte e proteção do meio ambiente. É assim que o trabalho do seringueiro e artesão José Rodrigues de Araújo pode ser definido. Popularmente conhecido como ‘Doutor da Borracha’, Rodrigues fabrica na residência, localizada no município de Epitaciolândia  (distante 243 km  de Rio Branco), peças artesanais a partir da seiva da seringueira.
Há sete anos, o seringueiro cria os modelos e em 2004 participou do primeiro curso de artesanato, promovido pela Prefeitura na época, em Assis Brasil. Rodrigues informou ao Portal Amazônia que o primeiro contato foi imprescindível para estruturar a elaboração das peças.
'Doutor da Borracha' tem orgulho das origens acreanas.  Foto: Arison Jardim/Secom
‘Doutor da Borracha’  e a esposa, expõe as peças artesanais fabricadas por ele. Foto: Arison Jardim
Novas técnicas
No ano de 2007, o Doutor Borracha renovou a técnica para tornar o trabalho ainda mais prático. O novo método chamado de Folha Semiartefato (FSA), desenvolvido pela Universidade de Brasília (UnB), possibilitou um aumento na comercialização dos produtos e agregou qualidade. Para José, antes do curso sua renda dependia exclusivamente do valor de mercado da borracha.
Hoje, o seringueiro depende apenas das encomendas e que, de acordo com ele, são muitas. “As peças como bolsas, colares e sapatos variam de R$ 10 a R$ 70. Eu acredito ser um preço justo, pois realizo todo o processo sozinho”. O seringueiro leva em média quatro horas de trabalho para colher a seiva da seringueira e montar as peças, mas a secagem leva de 10 a 15 dias.
Incentivo
O seringueiro participou de outro projeto no Estado, o Acre Látex Design Lab, que difunde a cultura dos povos indígenas e possibilita a geração de renda às inúmeras famílias de seringueiros que vivem no interior do Acre. O Centro de Pesquisa do Instituto Europeu de Design (IED) de São Paulo, convidado a idealizar o projeto, teve grande papel na instrução dos mais de 20 artesões acreanos que vieram para a capital durante o período de 17 a 21 de fevereiro deste ano.
Um grupo de designers e professores da instituição ministrou oficinas e novas metodologias para que os artesãos aprimorassem as técnicas. “Cada artesão é um multiplicador e leva os conhecimentos adquiridos à sua comunidade”, explica a arquiteta e light designer – Marlúcia Cândida.
Acre no Exterior
Recentemente Marlúcia,o artesão José Rodrigues e o diretor do IED Brasil, Victor Megido, estiveram em um evento de designer, realizado no Salone Internazionale del Mobile (Salão Internacional do Móvel de Milão), na Itália. Os calçados, colares e bolsas – produtos do projeto – foram expostos no Espaço Brasil S/A.
Alguns dos produtos expostos no espaço Brasil S/A em Milão, através do projeto Acre Design Lab. Foto: Fany Dimytria/Portal Amazônia
Alguns dos produtos que foram expostos no espaço Brasil S/A em Milão, através do projeto Acre Design Lab. Foto: Fany Dimytria
O artesão Gilberto Maia, 50, também participou do projeto e conta que o artesanato garante uma renda melhor. O artesão fabrica peças decorativas como onça pintada, jabutis, além de sandálias e bolsas com a seiva da seringueira. Maia conta que com o projeto, aprendeu a preservar e cuidar do meio ambiente.  “Hoje tenho muito mais respeito pela natureza”, finaliza.
Artesão Gilberto Maia acredita no equilíbrio com o meio ambiente. Foto: Fany Dimytria/Portal Amazônia
Artesão Gilberto Maia acredita no equilíbrio com o meio ambiente. Foto: Fany Dimytria
Resultados 
Na última quarta-feira o workshop do projeto Acre Látex Design Lab, exposto no auditório da Casa da Indústria, teve como objetivo apresentar ao público o resultado do projeto que capacitou os artesões – e moradores das comunidades – e estimula a sustentabilidade e a renda autônoma dos seringueiros.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Shopping de Manaus sorteia R$150 mil nesta terça-feira

Foto: Divulgação/Manauara Shopping
Foto: Divulgação/Manauara Shopping
MANAUS – O Manauara Shopping realiza nesta terça-feira (24), o sorteio de sua Promoção de Dia das Mães e Dia dos Namorados, intitulada “Sonho Real”. O centro de compras irá sortear R$150 mil em certificados de barras de ouro entre seus clientes que trocaram notas fiscais por cupons. O sorteio será realizado às 17h, no piso Tucumã (em frente à loja Centauro), com a presença de auditores e aberto a clientes.
Mais de 48.288 cupons participam da disputa pelo prêmio. Nesta edição da campanha, o Manauara Shopping encaminhou todos os cupons cadastrados online, pelo aplicativo ‘Chega de Fila’ – onde os clientes puderam cadastrar suas notas pelo celular e ainda ganhar cupons em dobro – para serem impressos e depois levados em urna lacrada para o sorteio.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Lenda Amazônica do Pirarucu

Thumb
Pirarucu era um índio que pertencia à tribo dos Uaiás. Era um bravo guerreiro, mas tinha um coração perverso, mesmo sendo filho de Pindarô, um homem de bom coração, chefe da tribo. 

Egoísta e cheio de vaidades, Pirarucu adorava criticar os deuses. Um dia ele aproveitou a ausência do pai para tomar índios da sua tribo como reféns e executá-los sem nenhum motivo.

Tupã, o deus dos deuses, decidiu puní-lo chamando Pólo para que espalhasse o seu mais poderoso relâmpago. Também convocou Iururaruaçu a deusa das torrentes, e ordenou que provocasse a mais forte tempestade sobrePirarucu, quando estava pescando com outros índios às margens do Rio Tocantins.

O fogo de Tupã foi visto por toda floresta. Pirarucutentou escapar, mas foi atingido no coraçao por um relâmpago fulminante. Todos que se encontravam com ele correram para a selva assustados.

O corpo de Pirarucu, ainda vivo, foi levado para as profundezas do Rio Tocantins e transformado em um gigante e escuro peixe. Acabou desaparecendo nas águas e nunca mais retornou, mas por um longo tempo aterrorizou toda a região.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Topa um passeio de barco? Veja como conhecer Manaus pelo rio

MANAUS – Desbravar o Amazonas é um dos principais desejos de quem visita o Estado em busca de aventura. Durante a Copa do Mundo, agências de turismo e hotéis de selva  da capital realizam passeios de barco guiados pelas belezas naturais do Amazonas. O Portal Amazônia preparou uma lista com agências que oferecem passeios nos principais trajetos turísticos da região. Confira:
Amazon Destinations
O roteiro da agência inclui interação com botos, passagem pelo encontro das águas, visita ao Parque Ecológico do Janauari e passeio na floresta alagada. O cliente pode optar por estender otour, participando da focagem de jacaré e pescaria de piranha. A expedição acontece entre 9h até 17h. Quem desejar curtir mais a aventura  vai até 20h30. O preço varia entre R$ 200 e R$ 350 (com almoço e transporte). Informações: (92) 9154-2389/ 3084-4414.
Programação é extensa. Turista pode conhecer várias facetas da região
Botos interagem com turistas. Foto: Chico Batata/Agecom-AM
Ariaú Amazon Towers
Com 20 anos de existência, o Hotel de Selva Ariaú Amazon Towers serviu de palco para grandes produções internacionais, entre eles o longa-metragem ‘Anaconda’, o programa de televisão ‘Survivor’ e ‘La Selva de los Famosos’. Para quem não deseja ficar hospedado no hotel a equipe disponibiliza o ‘Day Use’. A excussão acontece por belas paisagens como a Casa dos Nativos e a visita à Vila do São Tomé. O passeio custa R$ 250 (com almoço e transporte). Informações: (92) 2121-5000 ou na sede do hotel, na Avenida Leonardo Malcher, nº. 699, no Centro de Manaus.
Amazonas Day Tour
Diariamente a empresa Amazonas Day Tour realiza passeios pelas estradas aquáticas do Amazonas. Além da habitual visita ao Encontro das Águas, os clientes podem fotografar vitórias-régias, interagir com botos e visitar os indígenas da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Tupé, na zona rural de Manaus. A visitação custa R$ 200. O passeio começa  às 8h30 a expedição termina às 17h. Informações: (92) 9177-5741/ 8407-7681/ 3086-8557. A agência fica na Rua José Paranaguá, nº. 243, sala 6, no Centro de Manaus.
O anoitecer também traz roteiros para os turistas. Foto: Chico Batata/Agecom
O anoitecer também traz roteiros para os turistas. Foto: Chico Batata/Agecom-AM
Amazon Jungle Palace
Para aqueles que não podem passar um final de semana inteiro distante de Manaus, o Amazon Jungle Palace oferece um pacote especial. O passeio começa com um encontro com os botos e os clientes seguem para o almoço com o melhor da culinária regional. Depois todos podem desfrutar todas as atividades oferecidas pelo hotel.  O preço por pessoa custa R$ 200. A direção não trabalha com eventos fixos, os interessados devem formar um grupo de até 12 pessoas para fazer o passeio. Informações: (92) 3211-0400.
Passeio da Associação
A Associação dos Canoeiros Motorizados de Manaus também entrou na disputa e utilizam a experiência nos igarapés a seu favor. O passeio vai das 9h até 17h e custa R$ 150. Informações: (92)9113-7497/ 8174-5499.

O Encontro das Águas é um dos principais pontos turísticos da região.
O Encontro das Águas é um dos principais pontos turísticos da região. Foto: Chico Batata/Agecom-AM
Encontro das Águas e Janauari
Saindo do Porto Flutuante de Manaus, o barco navega em frente a orla de Manaus, avista-se as casas palafitas, a ponte que atravessa o rio Negro. O Passeio segue pela margem esquerda do rio Negro em direção ao Encontro das Águas. Os interessados podem procurar a agência entre terça-feira a domingo. O horário do passeio vai de 9h até 15h30.  Informações: (92) 3652-1128/ 3232-3052.
Associação dos Barqueiros do Ceasa
Já pensou conhecer as belezas do rio Negro com quem realmente entende do assunto? Através de um projeto ribeirinhos de quatro comunidades: Catalão, Xiborena, Terra Nova e Vila da Felicidade, foram treinados e licenciados pelo Ministério do Turismo. O preço varia de acordo com o número de pessoas e áreas visitadas, entre R$ 30 a R$ 130. Informações: (92) 9298-7997/8104-7562

segunda-feira, 23 de junho de 2014

O caboclo da Amazônia e sua religiosidade

Thumb

Dispor-se a compreender a vida religiosa e o comportamento característico da catolicidade do caboclo amazônico e seus recursos mágicos em busca de sua satisfação objetiva é ter que se revestir de uma objetividade capaz de efetivamente criar todas as condições para se ingressar, de forma eficaz, nesse mundo particular. 

São idéias, impressões e concepções como a de Charles Wagley (em ?Uma comunidade amazônica: estudo do homem nos trópicos?), Arthur Cezar Ferreira Reis (na obra ?O seringal e o seringueiro?) e Eduardo Galvão (em ?Santos e visagens: um estudo da vida religiosa de Ita?) que podemos constatar conteúdos reveladores e sugestivos dessa temática fascinante e encantadora.

Esforçou-se em resgatar, revelar e publicar as contribuições, as sugestões desses pensadores e suas reflexões e tornar inteligível a essencialidade do conteúdo religioso dos habitantes da Amazônia.

Quando Eduardo Galvão elege a religiosidade do caboclo amazônico, dentre os aspectos distintivos da cultura do habitante rural da Amazônia, justifica esta escolha ?não apenas pelo que ela possa conter de local, de peculiar à Amazônia, porém pela função que representa na estrutura dessa sociedade rural? (p. 3).

Mesmo expressando um comportamento católico, o caboclo nunca se sentiu impedido de transitar pelo universo impregnado de idéias e crenças oriundas da sua ancestralidade ameríndia. Houve uma mestiçagem de crenças. Os caboclos viviam a sua catolicidade da forma que entendiam e interpretavam; uma vez que não dispunham de sacerdotes em abundância, deixaram-se todos dominarem por certas abusões e crendices. A visita do clero, ao Vale amazônico, era esporádica e dava-se durante as festas dos santos. Eram somente nestas ocasiões que os sacramentos oficiais estabelecidos podiam ser ministrados.  

É necessário considerar que apesar dos conceitos religiosos indígenas terem uma importância na configuração da religiosidade do caboclo, ?a nova cultura regional que emergiu na Amazônia, foi predominantemente orientada por idéias e por instituições lusas, modificando-se naquilo que exigiam as circunstâncias históricas e as peculiaridades do ambiente geográfico? (Galvão, p.9). 

É também interessante salientar que na Amazônia, o contato entre europeus e indígenas não proporcionou e nem significou assimilação nem adoção por parte do índio dos elementos culturais do Velho Mundo. Apesar disto, a orientação cultural, na Amazônia, foi mantida e permeada pelo padrão europeu.

O sistema religioso vigente na Amazônia teve influência decisiva tanto da estrutura básica do catolicismo ibérico do século XVI, como da articulação que se fez com o padrão indígena, transformando em sua fusão e desenvolvimento pelo contexto específico do vale amazônico. Por outras palavras, ?a dominação que exerceram colonos e missionários portugueses sobre os aborígines, deram margem ao desenvolvimento de uma cultura predominantemente ibérica de que o catolicismo era uma das principais instituições, influenciando esse processo as novas condições do ambiente, e em particular, a estrutura sócio-econômica? (Galvão, p. 10).

Não há como não se deparar com dois componentes, o ibérico e o indígena, quando se imprime um estudo do comportamento religioso do caboclo; não há como não perceber o problema do caráter do catolicismo ibérico em confronto com a cosmovisão do aborígine. 

As mudanças significativas produzidas com a penetração de agentes econômicos e sociais externos, no passado, no vale amazônico, operam ainda hoje com muito vigor na memória do amazônida, principalmente nas suas instituições religiosas.  

Segundo Galvão, nas áreas rurais amazônicas, como em todo o Brasil, ?observa-se a tendência para acentuar-se uma forma mais estrita e ortodoxa de catolicismo. (...) Crenças não católicas são degradadas e consideradas como ?superstições? das classes economicamente inferiores? (p. 10 e 11) em nome de uma religiosidade oficial hegemônica e mais influente. 

A proposta de Wagley, principalmente relacionada à possibilidade do processo gradual de transformação da magia para a ciência, esclarece determinados processos contemporâneos engendrados no conteúdo intrínseco do processo de racionalização do mundo. Ao mesmo tempo, é possível perceber a contemporaneidade das idéias, concepções, estrutura e esquema teórico publicados por Wagley, em seu trabalho.

Assim, na Amazônia, há uma combinação e uma relação entre espectros mágicos, tabus tradicionais, crença nos pajés e seus espíritos (pajeísmo) com o catolicismo popular e o culto aos santos. Esta relação não é conflituosa. É peculiar dos habitantes da Amazônia a crença em poderes sobrenaturais da floresta, do rio, as superstições, crendices e lendas.

Dependendo das circunstâncias, o homem amazônico ora recorre à ciência por uma fé aparente, ora às tradições populares e práticas de magia. Na medida em que uma falha, a outra entra em cena; revigora-se. Na medida em que uma se fragiliza e se despotencializa, a outra se torna hegemônica, prevalece sobre a outra.

Todavia, para o caboclo, de acordo com determinados tipos de condições existenciais concretas, a fé na ciência apresenta-se como recurso último no equacionamento de suas fragilidades e necessidades.  

sábado, 21 de junho de 2014

Prefeitura de Jacareacanga manipula para dividir Munduruku, denuncia documento

Uma carta escrita no final de maio mas divulgada apenas nesta segunda, 9, pelo Movimento Munduruku Ipereng Ayu, aponta uma grande preocupação, por parte da comunidade indígena da região de Jacareacanga, PA, de que a prefeitura do município está tentando interferir na organização dos Munduruku, acirrando conflitos internos e com a população da cidade.
Assinada a punho por lideranças, caciques, estudantes e professores indígenas, a carta denuncia uma reunião, convocada pelo Secretário de Assuntos Indígenas de Jacareacanga, Ivânio Alencar Nogueira, com o apoio da associação indígena Pusuru, que dizia ter como objetivo discutir a “organização social” do povo Munduruku. Ocorrida nos dias 1 e 2 de junho na aldeia Karapanatuba, às margens do Tapajós, segundo texto no blog de Alencar a reunião teria decidido que a Pusuru, associação que tem participado de processos de negociação sobre o complexo hidrelétrico do Tapajós com o governo federal – à revelia de grande parte da população Munduruku, que optou pela resistência contra as usinas- é a única representante do povo Munduruku.
“O Secretário de Assuntos Indígenas está pressionando alguns representantes Munduruku da Associação Pusuru para se posicionarem contra os demais indígenas que não concordam com as posições do governo”, denuncia o documento divulgado hoje. A carta também deslegitima a reunião de Karapanatuba, acusando a Prefeitura de Jacareacanga – que está nas mãos do PT e foi acusada de compra de votos de indígenas nas ultimas eleições – de tentar desestabilizar a resistência dos Munduruku para implementar as hidrelétricas na região, e não garantir sua principal reivindicação de recontratação de 70 professores munduruku, demitidos no final de fevereiro. “Entendemos que a reunião na aldeia Karapanatuba não poderá decidir sobre as atividades que impactem o povo Munduruku, como por exemplo fazer acordos, aprovar projetos ou autorizar coisas sem conversar e consultar com o povo Munduruku”.
Secretário é acusado de incitar atos de violência
Segundo lideranças Munduruku, Ivânio Alencar é o principal mentor da manifestação anti-indígena ocorrida em Jacareacanga há menos de um mês, quando comerciantes e garimpeiros locais atacaram com paus e fogos de artifício cerca de 20 indígenas que reivindicavam a recontratação dos professores demitidos. “A manifestação do dia 13.05.2014 foi organizada pelo Secretário de Assuntos indígenas, que chamou os comerciantes da cidade para participarem”, denunciam.
A Prefeitura de Jacareacanga acusa os Munduruku de colocar fogo em uma casa destinada aos professores durante as manifestações contra a demissão dos docentes indígenas. Os Munduruku alegam que foram membros da Prefeitura que atearam fogo no local para incriminá-los.
Segundo um morador que vive próximo à casa dos professores, nenhum indígena esteve perto do alojamento no dia do incêndio. “Eu apaguei o fogo e não vi nenhum índio passar perto da casa. Não vi nenhum índio colocar fogo em nenhuma casa de professores”, afirma o morador que preferiu não se identificar com receio de represália por parte da prefeitura.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Manaus tem maior índice de aprovação entre as cidades-sede da Copa do Mundo 2014

Manaus é única dentre as cidades-sede cuja maior parte da população acredita em saldo positivo
Manaus é a cidade-sede cuja população mais aprova a realização da Copa do Mundo 2014, de acordo com o pesquisa feita pelo Ibope. A pesquisa encomendada pelo Governo Federal sobre a popularidade do Mundial, 53% dos manauaras se mostraram a favor do evento, 19% são indiferentes e apenas 5% são contra.
O otimismo de Manaus continua no ânimo geral sobre a competição: 48% dos entrevistados da cidade disseram estar animados com o evento e 53% acreditam que os jogos terão o saldo mais positivo que negativo. Além disso, 30% dos manauaras acreditam no contrário e 17% acreditam que os jogos não farão diferença para o país ou não souberam responder.
A diferença é gritante para o resto do Brasil. Manaus é única dentre as cidades-sede cuja maior parte da população acredita em saldo positivo. Para mérito comparativo, Rio de Janeiro e Recife têm a segunda e terceira maior percentagem de pessoas que creem em um saldo positivo da Copa (40% e 35%, respectivamente), mas em compensação, 49% dos cariocas e 51% dos recifenses acreditam que o saldo dos jogos será negativo.
Em Manaus, 68% dos entrevistados concordaram que a Copa contribuirá para o brasileiro ter orgulho próprio e 47% aprovaram a atuação do Governo Federal na organização da competição.
“É inacreditável pensar que Manaus receberia quatro jogos de Copa do Mundo, nunca achamos que isso seria possível”, disse Márcio Borges, 33, publicitário e grande torcedor, espelhando a felicidade do povo manauara em sediar o evento.
“Claro que há alguns problemas de infraestrutura, como, por exemplo, essa herança das obras do entorno da Arena [da Amazônia], que não foram concluídas, mas eu prefiro encarar da forma positiva. Esse ano, um dos objetivos da minha vida, que era acompanhar um jogo de Copa do Mundo, eu vou poder realizar”, declarou Márcio.
Críticos
Manaus é a única dentre as sedes a acreditar que a Copa será uma oportunidade do país mostrar que consegue organizar um evento desse porte, na contramão das outras cidades que receberão os jogos, em especial, Curitiba.
A capital paranaense está no extremo oposto da pesquisa: apenas 1 a cada 4 curitibanos aprova a Copa. Quanto ao saldo, a situação não melhora: apenas 26% acreditam num saldo positivo, 6% acreditam que os jogos não farão diferença para o país ou não souberam responder e 66% deles acredita em um saldo negativo do evento – a maior rejeição entre as cidades-sede.
Prós e contras
A pesquisa foi realizada entre 30 de maio e 1º de junho e ouviu 6.272 pessoas ao todo. Em Manaus, bem como em todas as cidades-sede à exceção de São Paulo e Rio de Janeiro, 406 pessoas foram ouvidas. No Rio, esse número foi de 504 pessoas e em São Paulo, foi de 602.
Um ponto positivo trazido na maioria das capitais foi a geração de empregos. Isso foi enaltecido por 64% dos entrevistados de Natal e 56% dos do Recife e Rio de Janeiro. Natal também lidera as críticas ao transporte público coletivo: o maior índice de reprovação das obras feitas neste setor está na capital do Rio Grande do Norte (46%).

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Início da Copa do Mundo de 2014 é marcado por tranquilidade em Manaus

FOTO - MICHAEL DANTAS / AGECOM
FOTO - MICHAEL DANTAS / AGECOM
O clima foi de tranquilidade em Manaus na primeira partida da Copa do Mundo, entre Brasil e Croácia. Com um esquema de segurança que envolveu órgãos das esferas estadual, municipal e federal, não foram registradas ocorrências graves nos principais pontos de reunião de torcedores como o FIFA Fan Fest, praia da Ponta Negra, zona oeste, e na Avenida Itaúba, no bairro Jorge Teixeira, zona leste da capital.
Todo o monitoramento da cidade foi realizado de forma integrada e realizado a partir do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), que contou com o auxílio de 265 câmeras espalhadas em vários pontos de Manaus, conforme explicou o secretário executivo para Grandes Eventos, coronel Dan Câmara. De acordo com ele, essa mesma estrutura será utilizada durante o primeiro jogo da Copa do Mundo em Manaus, no próximo sábado, dia 14 de junho, entre Inglaterra e Itália.
“O modelo de segurança que nós desenvolvemos não é só para a Arena da Amazônia, mas para todos os locais de evento de interesse da Copa. Nós temos perímetros de segurança, checagem de acesso, postos de comando e controle estabelecidos, tudo isso para garantir a integridade do torcedor que decidir ir a um desses lugares em dias de jogo”.
A ação integrada envolveu aproximadamente cinco mil servidores das Polícias Militar, Civil e Federal e Polícia Rodoviária Federal, Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP), Instituto Municipal de Trânsito (Manaustrans), Departamento Estadual de Trânsito (Detran-AM), além do Exército Brasileiro. 
De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP), passaram pela Ponta Negra, durante todo o dia, aproximadamente 37 mil pessoas. No local foi instalado um Centro Móvel de Monitoramento, que conta com 18 câmeras, além de uma plataforma móvel também equipada com câmeras.
Foi montada também na Ponta Negra uma delegacia móvel, instalada em um ônibus, onde foram registradas apenas sete ocorrências, sendo todas de furtos de aparelhos celulares, carteiras e documentos, de acordo com o delegado responsável Rafael Montenegro. O Corpo de Bombeiros do Amazonas registrou quatro casos de coma alcoólico.
Orientação ao consumidor – Um ônibus do Programa Estadual de Proteção, Orientação e Defesa do Consumidor (Procon) e outro da Defensoria Pública do Estado também esteve disponível para atender os torcedores e turistas que foram até o local para torcer pela seleção brasileira.
Na Avenida Itaúba, um centro de monitoramento foi montado na Escola Municipal Helena Augusta Walcott. No local também estavam presentes o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Manaustrans e não foram registradas ocorrências, assim como em outros pontos da cidade onde houve grande concentração de torcedores, conforme o secretário de segurança, coronel Paulo Roberto Vital.
 Ele afirmou ainda que as 30 Companhias Interativas Comunitárias (Cicom) do Ronda no Bairro mantiveram a segurança em todos os bairros da capital.  “O Ronda atuou reforçando o policiamento ostensivo, como prevê o nosso plano de segurança integrado”, destacou Vital. 
Saúde – De acordo com dados do Centro Integrado de Operações em Conjunto da Saúde (CIOCS), foram montados dois Prontos Atendimentos, um no FIFA Fan Fest e outro na Avenida Itaúba, com uma UTI Móvel e 1 Unidade de Suporte Básico. As ações contaram com 29 profissionais do Samu entre técnicos de enfermagem, coletador, enfermeiro, médico e condutor. 
Foram registrados 11 atendimentos, entre eles um atropelamento com politraumatismo, cuja vítima continua em observação no Hospital Pronto Socorro João Lúcio, zona leste de Manaus. Na área da Ponta Negra foram 13 ocorrências, sendo 12 atendimentos clínicos e um trauma, mas nenhum considerado grave.

Estudo comprova que onças vivem na copa das árvores durante a cheia dos rios

Com a comprovação científica, a Pousada Flutuante Uacari iniciou a operacionalização de expedições científicas para turistas avistarem esses animais (Divulgação )
Pesquisa realizada pelo Instituto Mamirauá comprovou cientificamente que nas florestas inundáveis da Amazônia, durante o período da cheia, as onças-pintadas (Panthera onca) permanecem em cima das árvores durante aproximadamente três meses do ano. Desde a semana passada, onças estão sendo avistadas diariamente na copa das árvores da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, no Amazonas. Não há registros de que este tipo de comportamento ocorra em outras partes do mundo.
“Esse é um comportamento inédito para grandes felinos, que precisam de grandes quantidades de alimento todos os dias para sobreviver e que até agora eram considerados terrestres”, afirmou o pesquisador Emiliano Esterci Ramalho, responsável pelo Projeto Iauaretê, desenvolvido desde 2004 pelo Instituto Mamirauá, com o objetivo de estudar a ecologia e promover a conservação da onça-pintada na várzea Amazônica.
Ainda em 2013, os pesquisadores já haviam avistado os espécimes nas árvores, um, inclusive, com seu filhote: “Seguindo a trilha do GPS de uma das nossas onças-pintadas encoleiradas, uma fêmea, a achamos com seu filhote de seis meses vivendo numa árvore a 12km de distância do solo seco mais próximo. O filhote dormiu na nossa frente. Isso implica que as onças-pintadas fêmeas estão vivendo nas árvores e nadando diariamente para outras árvores para conseguir caçar presas”, relatou Emiliano.
O ambiente da várzea da Reserva Mamirauá possui características bem específicas, como a variação do nível d’ agua, variando anualmente em média 10 metros. Segundo o pesquisador, o comum seria que esses animais terrestres se deslocassem para áreas não inundadas. “Mas Mamirauá é uma ilha, então uma espécie que vive aqui dentro, vai ter que necessariamente cruzar o rio Amazonas toda vez que encher, ou seja, não é a melhor ideia. A alternativa é subir muito bem em árvores. O senso comum diz que “gato não gosta de água”, o que não é o caso das onças, ou seja, em teoria, elas podem viver em Mamirauá”.
Na opinião do pesquisador, a descoberta tem sérias implicações para a conservação da onça-pintada e levanta outras questões sobre o comportamento e a ecologia de grandes carnívoros. “As florestas de Várzea, que foram esquecidas em propostas de conservação para a onça-pintada no passado, são áreas extremamente importantes para a onça-pintada na Amazônia porque abrigam um grande número de onças-pintadas, são áreas de reprodução da espécie, e também porque os animais que vivem nessa região da Amazônia tem uma ecologia única. Aumentar o número de áreas protegidas na várzea pode ser crucial para a sobrevivência das onças-pintadas na Amazônia”, afirmou.
Turismo científico
Com a comprovação científica de que as onças de Mamirauá permanecem na copa das árvores, a Pousada Flutuante Uacari, em parceria com a equipe de pesquisa do Projeto Iauaretê, iniciou a operacionalização de expedições científicas para turistas avistarem esses animais. “É a primeira expedição científica com onças-pintadas da Amazônia”, afirmou Gustavo Pereira, gestor operacional da Pousada Uacari.
As expedições são parte de uma estratégia de conservação que tem o objetivo de aumentar o valor da onça-pintada para as comunidades da Reserva Mamirauá. O recurso das expedições será usado gerar benefícios econômicos para as comunidades locais e para apoiar a continuidade do projeto de pesquisa com onças-pintadas visando reduzir o conflito entre onças e comunidades locais. A Pousada Uacari é um projeto de turismo de base comunitária, cuja gestão é compartilhada entre o Instituto Mamirauá e comunidades da Reserva Mamirauá.

domingo, 15 de junho de 2014

Vida, sonho e luta

Serraria no interior da Amazônia (©Greenpeace/Rodrigo Baleia)














“A injustiça num lugar qualquer é uma ameaça à justiça em todo o lugar”. Foi com esta frase de Martin Luther King que o juiz Raimundo Moisés Alves Flexa iniciou a leitura da condenação a 12 anos de prisão do fazendeiro e madeireiro Décio José Barroso Nunes, o Delsão, responsável por encomendar o assassinato de José Dutra da Costa, o Dezinho, em 21 de novembro de 2000.
Dezinho, líder dos trabalhadores rurais no estado do Pará, perdeu a vida por defender a reforma agrária e denunciar o trabalho escravo em serrarias, carvoarias e fazendas da região de Rondon do Pará, além de outros crimes ambientais.
Este é o terceiro julgamento do caso. Wellington de Jesus da Silva, o pistoleiro, foi preso logo após o crime. Condenado a 27 anos em regime fechado em 2006, ele fugiu cerca de um ano e meio depois da sentença, após a saída temporária para o Natal. Já Delsão teve o processo desmembrado e por isso foi julgado apenas em 2014. Apesar de condenado, vai recorrer em liberdade.
Como Luther King, Dezinho também disse ter um sonho: “Eu tenho um grande sonho pra este país. O sonho de viver em um Brasil onde todos tenham o direito de viver. Eu tenho o sonho de ver todas as crianças na escola porque eu entendo que esse é justamente o futuro do nosso país. Agora, não basta só eu ter esse sonho, é preciso que a gente comece a sonhar junto. Aí não será mais um sonho, será realidade”, disse ele no documentário “Dezinho Vida Sonho e Luta”, produzido pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Pará (Fetagri) e  Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, em 2009 Rondon do Pará figurou entre os 40 municípios que mais desmataram a Amazônia. Além disso, de acordo com dados do Imazon de 2012, ocupou o 11º lugar na lista dos municípios com as maiores áreas de exploração madeireira sem autorização no estado.
De 2011 a 2012, só em Rondon do Pará, foram aplicados pelo IBAMA mais de R$ 19 milhões em multas por crimes contra o meio ambiente. Neste contexto de completo desrespeito à floresta, Delsão foi multado em mais de R$ 2,4 milhões de reais.
“Na Amazônia, a inoperância do Estado gera graves consequências, como disputas fundiárias e a proliferação da  ilegalidade e da violência, colocando em risco a floresta e seus habitantes, que têm um papel fundamental na conservação da floresta. Quanto mais importante esse papel se torna, mais ameaçadas essas pessoas se encontram”, disse Claudia Caliari, da Campanha Amazônia do Greenpeace.

sábado, 14 de junho de 2014

PSDB lança Aécio Neves à presidência

Cenário eleitoral começa a se definir. Nas próximas semanas o PT deve homologar Dilma Roussef e o PSB, Eduardo Campos para uma disputa que promete ser acirrada!

















Na convenção nacional do partido, que reuniu milhares de militante de todo o país hoje, sábado 14, em São Paulo, o PSDB homologou o senador Aécio Neves como candidato ao Planalto.
Ainda não está definido o vice na chapa do tucano.
Aécio deve ter como principais adversários Dilma Roussef, que tenta a reeleição pelo PT e deve ser homologada candidata no próximo dia 21; e o ex governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que deve ser confirmado pelo PSB no dia 29. Uma disputa que promete ser acirrada e só definida no segundo turno. Segundo a última pesquisa de intenção de votos, divulgada hoje pelo Instituto Sensus, Dilma continua com tendência de queda e está com 32% das intenções da voto - Aécio Neves 21% e Campos 7%.

Na convenção do PSDB que homologou Aécio, várias lideranças tucana se pronunciaram, destacando a necessidade de mudar o Brasil. José Serra e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foram enfáticos ao criticar o que chamaram de "incompetência e corrupção do governo do PT".