sábado, 31 de maio de 2014

Filhote de peixe-boi é resgatado na Amazônia e recebe cuidados

Um filhote de peixe-boi com dois meses foi encontrado sem a mãe por pescadores de Barreirinha, no Amazonas, e encaminhado para o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em Manaus. A chegada no instituto ocorreu nesta terça-feira
O Inpa tem um tanque de peixe-boi que abriga dezenas de animais. Grande parte deles são filhotes órfãos encontrados nos rios da Amazônia e debilitados pela falta de leite materno. Uma das causas de morte das mães é a caça predatória.
O novo filhote, de 80 cm e 12 kg, foi alimentado com uma mistura láctea e está aparentemente saudável, segundo o Inpa. Ele ficará no instituto até o fim de semana e, em seguida, será encaminhado para o Centro de Preservação e Pesquisa de Mamíferos Aquáticos, localizado no município de Balbina (AM).
Filhote de apenas dois meses recebe cuidados no Inpa (Foto: Divulgação / Ampa)Filhote de apenas dois meses recebe cuidados no Inpa (Foto: Divulgação / Ampa)

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Brasil quer emplacar o peixe pirarucu como o ‘bacalhau da Amazônia’

O “gigante” dos rios amazônicos, com mais de três metros de comprimento e até 250 kg, quer ganhar fama nas mesas brasileiras e, no futuro, competir com os "parentes" nórdicos pelo título de melhor bacalhau do mundo.
Essa é a intenção de um projeto realizado no Amazonas que tem a pesca do peixe pirarucu (Arapaima gigas) como principal gerador de renda para ribeirinhos do Baixo Rio Solimões.
A carne do peixe é destinada à produção de bacalhau, resultante de um processo de beneficiamento, que poderá ser utilizado em pratos tradicionais que têm o pescado como ingrediente principal.
O gosto é parecido com o bacalhau comum, normalmente importado da Noruega, de acordo com o chef gastronômico Felipe Schaedler, que trabalha com a carne do pirarucu em um restaurante de Manaus. Ele disse ser possível substituir o pescado "estrangeiro" pelo brasileiro
“Todas as receitas tradicionais podem ser feitas com o pirarucu”, disse Schaedler, que já criou em parceria com outro chef ao menos oito pratos com o bacalhau da Amazônia.
Pescador captura exemplar de pirarucu em lago da Amazônia. Espécie pode pesar até 250 kg e medir três metros (Foto: Divulgação/Jimmy Christian)Pescador captura exemplar de pirarucu em lago da Amazônia. Espécie pode pesar até 250 kg e medir três metros
Consumo sustentável
Esta realidade só foi possível devido à implantação da primeira indústria de salga de pescados no interior da floresta, em Maraã, a 635 quilômetros de Manaus (AM). A fábrica, a primeira da América do Sul, de acordo com o governo do Amazonas, vai permitir uma produção em massa do "bacalhau da Amazônia" e sua comercialização para outras regiões do país.
Da primeira safra de pirarucus destinados à obtenção do bacalhau (60 toneladas), o Grupo Pão de Açúcar adquiriu cinco toneladas que serão vendidas a partir deste mês nas lojas dos supermercados Pão de Açúcar das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.
O preço do quilo ficará entre R$ 35 e R$ 39, um valor competitivo se comparado ao bacalhau do Porto, por exemplo, que, em período de promoção, a mesma pesagem custa R$ 34,90.
É o primeiro passo para difundir o produto pelo resto do país, de acordo com Hugo Bethlem, vice-presidente executivo de Relações Corporativas do grupo, que também abrange as redes Extra e Assaí. Segundo ele, se o pescado “cair nas graças do consumidor", certamente haverá mais pedidos de compra.
“Esperamos que, com o tempo e a continuidade do manejo sustentável, consigamos elevar a venda deste pescado. Pode demorar um pouco, mas já demos o primeiro passo”, disse ele.
O grupo, segundo Bethlem, importa anualmente 5 mil toneladas de bacalhau, provenientes principalmente da Noruega e a rede é a terceira maior compradora de bacalhau do mundo.
O pescador Luiz Gonzaga segura embalagem com postas de bacalhau do pirarucu, o "bacalhau da Amazônia" (Foto: Eduardo Carvalho/G1)O pescador Luiz Gonzaga segura embalagem com postas de bacalhau do pirarucu, o "bacalhau da Amazônia" 
Sem impacto ambiental
De acordo com Eron Bezerra, secretário de Produção Rural do Amazonas, uma nova unidade da indústria de salga deve ser inaugurada ainda este ano em Fonte Boa, a 680 quilômetros da capital amazonense.
As duas unidades vão empregar diretamente 150 pessoas e gerar outros 5 mil empregos indiretos, principalmente na pesca.  Os empreendimentos tiveram investimento de R$ 4 milhões – divididos entre os governos estadual e federal, por meio da Financiadora de Projetos e Estudos (Finep), e pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).
"Queremos concorrer com o bacalhau que vem da Noruega. Apesar da pesca ser controlada, temos muitos lagos dentro da Reserva Mamirauá e fora dela onde a pesca planejada poderá ser realizada. Queremos um nicho de mercado sustentável", disse.
Segundo recomendações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), a pesca do pirarucu pode ocorrer apenas entre outubro e novembro, e em locais onde há atividades de manejo regulamentadas.
A primeira safra voltada para a produção de bacalhau ocorreu no ano passado e contou com 2.700 peixes que foram retirados de 37 lagos da Reserva Mamirauá.
“Esses peixes, encaminhados para a indústria, geraram uma renda de R$ 830 mil, valor que foi dividido por 530 pescadores. Isso ajuda a melhorar nossa condição de vida. Antes, o que pescávamos era apenas para alimentar minha família, meus filhos. Agora a gente consegue investir em uma casa melhor, em um novo motor para os barcos”, disse Luiz Gonzaga Medeiros de Matos, 47 anos, líder da colônia de pescadores de Maraã.
De acordo com Virgílio Viana, superintendente da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), é uma oportunidade de difundir o consumo consciente.
Canapé com farofa de Uarini, pirarucu desfiado e pacovan na escama do peixe. Bacalhau do pescado amazônico pode ser empregado em pratos tradicionais. (Foto: Eduardo Carvalho/G1)Canapê com farofa de Uarini, pirarucu desfiado e pacovan na escama do peixe. Bacalhau do pescado amazônico pode ser empregado em pratos tradicionais.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Estudo vai lançar CO2 na Amazônia e analisar impacto sobre a floresta

Floresta Amazônica (Foto: AFP)Experimento vai contar com torres distribuídas pela floresta que irão emitir CO2. Foco do projeto é analisar se a vegetação aguentará uma realidade com mais emissões de gases (Foto: AFP)
Um grupo de cientistas de mais de 20 instituições de todo o mundo irá medir o impacto sobre a Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, se o planeta chegar a ter 30% mais dióxido de carbono (CO2) do que atualmente.
O experimento, lançado esta semana, contará com torres que vão emitir CO2 em áreas de floresta densa. Essas plataformas serão construídas em uma região ao norte de Manaus, no Amazonas. Sensores e observações de campo irão avaliar a reação das árvores quando forem submetidas a uma concentração de dióxido de carbono de 200 partes por milhão (ppm) mais elevadas que as atuais 400 ppm, que já é o nível mais alto registrado.
As previsões do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que 600 ppm pode ser o nível de concentração de CO2 dentro de cinquenta anos.
A vegetação e a mudança climática
As florestas tropicais de todo o mundo são um fator essencial do aquecimento global. Elas acumulam bilhões de toneladas de carbono, e o seu potencial para continuar a absorver gases do efeito estufa da atmosfera é importante para determinar o quanto as temperaturas podem subir. Pouco se sabe até o momento sobre como as florestas tropicais irão reagir à medida que os níveis de CO2 aumentarem.
“É a primeira vez que este tipo de experimento é conduzido em uma floresta tropical”, disse Carlos Nobre, cientista que lidera a política de pesquisas do Ministério da Ciência e membro do IPCC.
“Os resultados serão de grande importância para outras florestas tropicais, o ciclo global de carbono global e para entender como estas florestas serão afetadas pela mudança climática ao longo do século”, afirmou.
Alguns especialistas acreditam que essa quantidade maior de dióxido de carbono será benéfica para as árvores, que por sua vez poderiam absorver maiores quantidades de carbono, desacelerando o aumento das temperaturas.
Outros dizem que a mudança climática provavelmente irá afetar negativamente parte das florestas, matando muitas árvores e reduzindo a capacidade de acumulação de carbono nas florestas tropicais.
Temperatura maior no planeta
No ano passado, usando um modelo climático do Centro Hadley, sediado na Grã-Bretanha, os cientistas mostraram que os níveis de CO2 em 2100 irão variar enormemente – de 669 para 1.130 partes por milhão, dependendo de como as árvores lidarem com a concentração maior do gás.
Essa variação é grande o suficiente para definir uma mudança de temperatura de cerca de dois graus Celsius. “O principal resultado esperado deste projeto será um aprimoramento do nosso conhecimento científico sobre o destino da floresta amazônica no contexto da mudança atmosférica e climática”, disseram os cientistas em um texto de apresentação.
Os dados resultantes podem dar subsídios a modelos climáticos para a elaboração de projeções mais detalhadas sobre as tendências de temperatura e concentrações futuras de CO2. O programa irá durar 13 anos e o custo total está estimado em US$ 78 milhões.
O governo brasileiro e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) irão financiar a fase inicial do projeto com US$ 1,2 milhão.
Uma proposta de financiamento será apresentada mais tarde para o Fundo Amazônia, administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com recursos de países doadores, especialmente a Noruega.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Fundo prevê US$ 215 milhões para preservação da Amazônia

Ipê amarelo é visto em meio à floresta perto de Novo Progresso (PA). Os fotógrafos Nacho Doce e Ricardo Moraes, da agência Reuters, viajaram pela Amazônia registrando várias formas de desmatamento. Foto de 20/9/2013. (Foto: Nacho Doce/Reuters)Ipê amarelo é visto em meio à floresta amazônica em Novo Progresso (PA) (Foto: Nacho Doce/Reuters)
O governo brasileiro, a ONG de conservação da natureza WWF e vários parceiros anunciaram investimento de US$ 215 milhões para a preservação da Amazônia, a serem depositados em um fundo de transição que garantirá, pelos próximos 25 anos o financiamento dos 60 milhões de hectares de Unidades de Conservação (UCs).
O fundo, que busca garantir a conservação de mais de 90 áreas protegidas na Amazônia, acontece em um momento no qual novas ações de desenvolvimento ocorrem na região, o que resultou em números maiores de desmatamento no ano passado após anos de baixas recordes.
Sob os termos do acordo, os parceiros no fundo farão contribuições anuais para ajudar o Brasil a obter as necessidades financeiras para as áreas protegidas.
Segundo os parceiros, as contribuições serão feitas de acordo com a exigência do Brasil, incluindo auditorias do órgão do governo que vai administrar o fundo e a continuidade de áreas do governo, tanto em termos de pessoal quanto de financiamento, para administrar áreas florestais.
O dinheiro será utilizado para medidas básicas de conservação, incluindo cercas e sinais para delinear as áreas protegidas e para pagar por veículos utilizados em patrulhas.
Financiamento para a Amazônia
Pelo acordo, “o governo do Brasil está se comprometendo ao orçamento e às regulamentações necessárias para assegurar futuros financiamentos para a Amazônia brasileira”, disse em entrevista Carter Roberts, chefe do WWF, que ajudou a estabelecer o fundo.
O governo brasileiro tomou diversas ações contra o desmatamento em 2012, especialmente através da aplicação de leis ambientais e de medidas financeiras como o bloqueio de crédito para companhias e indivíduos que foram pegos fazendo negócios com fazendeiros e outras pessoas conhecidas por explorar ilegalmente terras desmatadas.
Recentemente, entretanto, fez mudanças em agências ambientais e regulamentos que, segundo críticos, facilitaram o desenvolvimento de diferentes projetos em áreas protegidas. O governo também alterou as fronteiras de alguns parques de conservação para dar espaço a projetos de infraestrutura, incluindo hidrelétricas em rios da região.
O financiamento para o novo fundo, esperado para durar 25 anos, foi garantido junto a fontes públicas e privadas, incluindo o governo da Alemanha, o Banco Interamericano de Desenvolvimento, o Banco Mundial, filantropos e o Fundo da Amazônia, uma entidade financiada principalmente pelo governo da Noruega e administrada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A quantia de US$ 215 milhões é calculada como necessária para ajudar o governo brasileiro, durante 25 anos, a tornar-se autossuficiente em termos de financiamento das florestas tropicais.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Governo anuncia saída de 77 espécies animais do risco de extinção

Exemplar de baleia-jubarte registrado no litoral do Brasil; governo retirou espécie da lista de ameaçados de extinção (Foto: Reprodução/Facebook/Instituto Baleia Jubarte)Exemplar de baleia-jubarte registrado no litoral do Brasil; governo retirou espécie da lista de ameaçados de extinção 
O Ministério do Meio Ambiente anunciou nesta quinta-feira a saída de 77 espécies de animais da fauna brasileira do risco de extinção. A lista foi entregue pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) à pasta na última semana, mas só deverá ser oficializada por meio da publicação de portaria no "Diário Oficial da União", no segundo semestre deste ano.

O anúncio ocorre em meio a medidas divulgadas pelo ministério no Dia Internacional da Biodiversidade. Entre as espécies que ficarão fora da lista está a baleia-jubarte, encontrada na costa da Bahia e do Espírito Santo entre junho e novembro. A população das jubarte saltou de 500 animais em 1980 para cerca de 15 mil em 2012.
O último mapeamento da fauna brasileira feito pelo ICMBio foi lançado em 2003 e tem 1,4 mil espécies catalogadas. Desse total, 627 eram consideradas com risco de extinção. O novo inventário apresenta 7,6 mil espécies identificadas, sendo 1.051 com risco de extinção.

De acordo com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, será montada uma "força-tarefa" para aumentar o combate a crimes cometidos contra animais ameaçados de extinção.

"O Ibama passa a operar com ações especificas com a Polícia Federal, com a Polícia Rodoviária Federal, e ações dirigidas para espécies ameaçadas. Então, além do que a gente já faz com fauna, haverá força-tarefa dedicada em caráter permanente[...]. Haverá equipes dedicadas a isso, recursos para isso, resultados e monitoramento anuais para isso", disse Izabella.

A ministra também informou que a pasta passará a aplicar exclusivamente em projetos de conservação de animais e no investimento de unidades de conservação até 10% dos recursos arrecadados por compensação ambiental. Atualmente, os recursos são destinados a várias ações, mas sem determinação de valor específico para cada medida.

Novas ameaças de extinção
De acordo o diretor de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da biodiversidade do ICMBio, Marcelo Marcelino, o número de espécies em extinção registrou aumento em razão de o número das identificadas também cresceu.

"O número de espécies em extinção cresceu, mas porque a lista de espécies que temos identificadas hoje é muito maior. O inventário anterior, de 2003, tinha apenas 18% do número total de espécies que temos agora", declarou.

Segundo Marcelino, a expectativa é que no próximo ano o instituto tenha catalogado mais de 10 mil espécies. O diretor informou que o foco do instituto nos próximos meses é criar medidas para proteger animais que hoje não possuem ação de conservação. "Nosso foco agora é ter planos para 282 espécies que hoje não têm ações de conservação ou não estão dentro de unidades de conservação, como parques e reservas ecológicas."

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Nunca tinha passado por uma traição e o PT me traiu, diz Irene Ravache

Em entrevista ao programa da TV Cultura "Roda Viva", nesta segunda-feira (19), a atriz Irene Ravache falou sobre suas afinidades e desavenças políticas. Ela afirmou que votou em José Serra em 2003 – ano em que Luiz Inácio Lula da Silva conquistou a presidência do país pela primeira vez --, criticou o governo da presidente Dilma Rousseff e disse que se sentiu traída pelo PT (Partido dos Trabalhadores).

"Quando surgiu o PT, eu achei que o gigante finalmente ia acordar. Um partido novo, que é um sucesso na oposição, um partido que diz o que eu tenho vontade de dizer. Votei a primeira vez no Lula para presidente quando concorreu com o Collor. Quando ele ganhou a presidência, eu não votei e votei no José Serra. Mesmo assim, fiquei feliz como se vê um sucesso de um amigo. Não fui para a Avenida Paulista comemorar, mas achava que estávamos bem na foto", explicou ela, que começou a seguir o partido em 1980.

Atualmente, Irene é contra as ações realizadas pelo partido e diz "ter se sentido mal com as irregularidades cometidas pelos políticos do PT".  "Evidentemente que quando namorei, devo ter sido traída. Mas tive a sorte de que meus namorados foram inteligentes e elegantes porque eu não descobri nenhuma delas. Eu nunca tinha passado por uma traição e o PT me traiu. Me senti traída, mas isso foi desde muito cedo com Valdomiro, Celso Daniel. Eu queria uma explicação. Sabe que uma mulher que recebe uma explicação até aceita de volta. Eu me senti traída como geração, cidadã. Fiquei no chão. Fiquei mal", assumiu ela, que acusou Lula e Dilma de não serem presidentes "estadistas".

De acordo com Irene, a esperança que ela tem de um presidente é que ele vire um estadista e o compara a um ator. "Um presidente deve obviamente fazer suas alianças. Mas não percebe que sairia mais fortalecido se ouvisse aquele país que está governando? Tem um país que espera que esse estadista brigue com os coronéis. O Brasil está esperando isso", argumentou a atriz, que disse não ter festejado a eleição de Dilma.  

Descriminalização das drogas
Mãe de Hiram Ravache, ex-usuário de drogas, Irene se disse contra a descriminalização. Para ela, se o uso for liberado não acabará com a figura dos traficantes. A atriz comparou ainda com cidades como Londres, Berlim, Nova York, Amsterdã. "Quando você chega no aeroporto desses locais e quer comprar droga, você consegue. Mas lá não estão assassinando pais de família e não existe um estado paralelo", disse ela.

A atriz elegeu ainda o Estado como o culpado por toda a miséria e violência em decorrência do uso e do tráfico de drogas. "Não vejo com bons olhos a descrimialização das drogas, ainda mais como as coisas são tratadas levianas como aqui. Para você descriminalizar, você tem que ter uma política muito forte, uma política social", opinou ela, que nomeia ainda a Cracolândia --  local onde usuários de crack ficam nas ruas de São Paulo -- como Zumbilândia.

"O que faz um usuário do crack? Ele é um perigo para ele e para você. Dá bobeira ali que ele vai te assaltar porque ele é um doente. Portanto, ele precisa ser tirado de cena. Não temos leitos e não sabemos cuidar de um usuário de drogas. Como você prevê uma ação voluntária de quem não sabe o que está fazendo, ele é doente. Não é são. Não tem capacidade de escolher. Ele vai morrer e vai matar", finalizou ela.

Irene Ravache está em cartaz, ao lado de Dan Stulbach, com o espetáculo "Meu Deus", no Teatro FAAP, em São Paulo.

O programa, apresentado por Augusto Nunes, contou com uma bancada de entrevistadores formada por Maria Adelaide Amaral (dramaturga, escritora e jornalista), Thais Bilenky (editora da Página Três do jornal Folha de S. Paulo), Maria Eugênia de Menezes (jornalista e crítica de teatro do Caderno 2 do jornal O Estado de S. Paulo), Dolores Orosco (editora de capa e comportamento da revista Marie Claire) e Lígia Cortez (atriz, diretora teatral e diretora da Escola Superior de Artes Célia Helena).

domingo, 25 de maio de 2014

HOTÉIS DE FLORESTA

O conforto ao natural
Situados no meio da floresta, os hotéis de selva oferecem um serviço, onde a segurança, o bom atendimento e o exotismo caminham de mãos dadas. Há hotéis de selva para todos os gostos e necessidades, desde os mais luxuosos, que oferecem suítes com ar condicionado, aos mais rústicos, cujo ambiente é de uma simplicidade franciscana. De comum entre eles, o permanente contato do visitante com a natureza. Em alguns hotéis de selva também é possível alimentar animais selvagens na própria mão: quatis, macacos e araras vêm se banquetear com os turistas. Há opções de caminhada na selva, com guias treinados e bilíngües, dando dicas de sobrevivência, focagem de jacarés à noite, passeios de canoas pela floresta inundada, visitas a comunidades ribeirinhas e aldeias de indígenas aculturados, e mergulhos em cachoeiras, entre outros programas.
O Amazonas apresenta dois cenários para o turista. Na cheia as florestas alagadas oferecem um paisagismo onde os igapós são as trilhas. Na estiagem (seca) a opção é caminhar nas trilhas em terra seca, contemplando as espécies diurnas que vivem na floresta.

sábado, 24 de maio de 2014

TURISMO DE AVENTURA

Ação, suor e emoção no coração da floresta
Se você estiver em busca de grandes aventuras, emoções fortes, vivências inesquecíveis e experiências memoráveis, então o seu destino será mesmo o Amazonas. Em nenhum outro lugar você vai encontrar tantos atrativos interessantes para a prática do turismo de aventura. E, o que é melhor, sempre em perfeita harmonia com a natureza. De caminhadas na selva com pernoite a descida de rios em botes infláveis desbravando belas corredeiras, de locomoção por percursos em altura instalados em árvores gigantescas a atividades recreativas desenvolvidas em grutas e cavernas deslumbrantes, você vai deixar o papel de expectador passivo e ser o protagonista de aventuras memoráveis. Além disso, a qualificação e o preparo das empresas e de profissionais que atuam no segmento são uma garantia de segurança para os praticantes e a certeza de muita ação, suor e adrenalina no coração da floresta.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

OBSERVAÇÃO DE PÁSSAROS

Graças à sua biodiversidade, o Amazonas garante uma posição de destaque entre os destinos mais procurados por observadores de pássaros. Não é para menos. Das 9.700 espécies de aves já catalogadas no mundo, aproximadamente 3.100 estão na América do Sul. Destas, mais de 1.600 espécies estão no Brasil e cerca de 750, no Estado do Amazonas, o que corresponde a 47% deste total. As programações de observação de pássaros (“birding wathing”), organizadas por empresas especializadas, são lideradas por guias experientes. Os roteiros oferecem caminhadas em mata primária de terra firme e, dependendo da época do ano, a atividade é oferecida utilizando canoa motorizada, ao longo de furos, lagos e igapós.
Dentre as aves mais avistadas estão araras, tucanos, papagaios, periquitos, ariramba-de-cauda-verde, pica-pau-anão-da-várzea, cigana, socó, garça, ariramba-de-bico-amarelo, arapaçu-ferrugem, anambé-pintado, pipira-azul, maracanã-guaçu e o bonito galo da serra.  Além da observação das espécies no seu habitat natural o turista ainda pode desfrutar dos seus cantos maravilhosos como o do rouxinol do Rio Negro.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

GASTRONOMIA

Devido à existência de mais de duas mil espécies de peixes nos rios do Amazonas, a culinária amazonense valoriza, acima de tudo, o pescado. As principais espécies consumidas são o tambaqui, tucunaré, pirarucu, jaraqui, pacu e matrinchã, que são transformados em pratos típicos, servidos fritos, assados ou cozidos. A maioria dos pratos cozidos (caldeirada) é acompanhada por pirão, uma espécie de massa de farinha de mandioca cozida no próprio caldo de peixe, ou por tucupi, um molho amarelado feito a partir da fermentação do suco da mandioca. Para peixes fritos e assados é indispensável o “baião de dois” (mistura homogênea de feijão, arroz e cheiro-verde) e a farinha de Uarini. 

As frutas regionais complementam o cardápio, podendo ser consumidas ao natural ou em forma de sucos, doces, geléias e sorvetes. Entre as mais apreciadas estão a manga, a pitomba, o cupuaçu, a graviola, a melancia, o tucumã, o taperebá, a pupunha, o araçá-boi, o biribá, o abio, o buriti, a bacaba, o açaí, o patauá e o conhecido guaraná da Amazônia.      

No cardápio matinal do amazonense, o café com leite quente acompanhado de um pão francês com tucumã e queijo coalho, também chamado de “x-caboquinho”, virou uma espécie de instituição. Saboroso, também, é degustar a famosa tapioca feita com a massa da mandioca e recheada de tucumã e queijo coalho, ou sozinha na manteiga.

Essa delícia de comida pode ser encontrada nos restaurantes regionais e nos cafés-regionais na cidade de Manaus e nos municípios próximos como Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva e Manacapuru.    

Além dos restaurantes regionais, o visitante pode se deliciar com as cozinhas, nacional e internacional. Manaus oferece toda variedade de pratos portugueses, italianos, japoneses, chineses, além dos fast’s foods americanos.   




quarta-feira, 21 de maio de 2014

ECOTURISMO

No Amazonas, o ecoturismo está sendo visto como uma forma de os moradores locais ganharem seu sustento mantendo as áreas naturais preservadas e protegidas. Nesse sentido, o ecoturismo surgiu como uma alternativa econômica para o desenvolvimento sustentável da Amazônia, pois, se bem planejado, é capaz de minimizar os impactos ambientais, além de apresentar um potencial multiplicador significativo, em termos de geração de emprego e renda. Por essas razões, os governos federal e estadual estão investindo no fortalecimento do ecoturismo na região, como forma de não apenas gerar renda aos moradores, mas, principalmente, para incentivar a preservação desse valioso patrimônio natural. Tanto os turistas como a própria Amazônia acabam ganhando com isso.
O ecoturismo pode ser praticado no Amazonas o ano todo, pois a sazonalidade que ocorre na floresta de várzea, local onde as comunidades vivem, oferece dois belos paisagismos, permitindo ao turista vivenciar a floresta em época de seca e de cheia (alagada). Além das caminhadas na floresta, do passeio de canoa nas trilhas aquáticas, observando a beleza da natureza e os que vivem nela, o turista ainda usufruir da convivência com o homem da floresta conhecendo o seu modus vivendis e interagindo no seu dia-a-dia.
A prática do ecoturismo no Amazonas pode ser realizada na Reserva de Desenvolvimento de Mamirauá, no município de Tefé; na Aldeia dos Lagos, no município de Silves; na Comunidade de Ubim e Piranha, no município de Manacapuru; e nas comunidades de Janauary, Paricatuba e Acajatuba, no município de Iranduba.

terça-feira, 20 de maio de 2014

PESCA ESPORTIVA

O Amazonas tem os melhores locais para você realizar a pescaria dos seus sonhos. São inúmeros rios que abrigam a maior diversidade de peixes do planeta, entre eles o tucunaré (peacok bass), símbolo da pesca esportiva no Brasil. Predador por excelência, sua voracidade é tamanha que ele é capaz de atacar anzóis mesmo sem isca. Os índios já o pescavam com iscas artificiais antes mesmo de a modalidade ser praticada pelos pescadores esportivos. Entre os tipos de tucunarés mais conhecidos estão o Açu, paca, pitanga e borboleta. Além do tucunaré, a pesca esportiva também contempla os grandes bagres ou catfish, como são conhecidos mundialmente: jaú (gilded catfish), pirarara (redtail catfish), surubim (barred sorubim), caparari (tiger sorubim), barbado (flatwhiskered catfish), dourado e piraíba. Por se tratar de peixes migratórios em sua maioria, a pesca esportiva pode ser praticada durante o ano todo.



segunda-feira, 19 de maio de 2014

CULTURA de Amazonas.

A autêntica expressão dos povos da floresta
 A riqueza oferecida pela cultura amazonense, que recebeu uma considerável influência dos povos indígenas, está presente em nossa música regional, bem como nas artes plásticas, artesanato e nas manifestações folclóricas. Um exemplo disso é o Boi-Bumbá de Parintins, que já conquistou prestígio internacional e todo  ano atrai milhares de visitantes para a pequena cidade do Baixo Amazonas, para assistir ao grande espetáculo que conta as lendas da Amazônia, retrabalhando os aspectos indígenas.

Em Manaus, uma grande programação cultural pode ser conferida o ano inteiro, desde o Carnaboi no sambódromo, em fevereiro, até o Boi Manaus, em outubro, passando pelo Festival Folclórico do Amazonas, em junho. No interior, diversos municípios também realizam suas festas próprias como Manacapuru, com seu Festival de Cirandas, ou o Festival da Canção em Itacoatiara, com artistas e compositores locais e nacionais.

Para os admiradores de óperas e shows eruditos, o Teatro Amazonas reserva diversas montagens, tais como o Festival Amazonas de Ópera, com início na segunda quinzena do mês de abril e até o fim do mês de maio, e o Festival Internacional de Jazz, relizado na segunda quinzena do mês de julho. O teatro é Símbolo da época áurea da borracha no Brasil construído num ambiente requintado, contendo cristais de bohemia e piso com diferentes tipos de madeiras da região.

domingo, 18 de maio de 2014

12/09/2013 05h00 - Atualizado em 12/09/2013 11h42 Índios suruí concluem 1ª venda de créditos de carbono indígenas do país

Indígenas da aldeia pater-suruí, que vivem em área de floresta amazônica no Norte do país (Foto: Reprodução/TV Globo)Indígenas da paiter-suruí, que vivem em área de floresta amazônica no Norte do país (Foto: Reprodução/TV Globo)
Os índios paiter-suruí, que participam do projeto Carbono Florestal Suruí, em Rondônia, realizaram no início de setembro a primeira venda de créditos de carbono indígenas com certificação internacional já feita no país. Créditos de carbono são certificados conferidos a empresas que reduziram sua emissão de gases de efeito estufa à atmosfera.
A companhia brasileira de cosméticos Natura anunciou a compra de créditos que equivalem à emissão de 120 mil toneladas de carbono, para compensar suas liberações de poluentes por meio do processo industrial. O dinheiro da negociação será investido na preservação da floresta amazônica.
O projeto surgiu como uma alternativa de financiamento e geração de renda para a população indígena. Os moradores da Terra Indígena Sete de Setembro, que abrange 248 mil hectares de florestas em Rondônia e Mato Grosso, trabalham na preservação da Amazônia, evitando que ela seja desmatada, e também no reflorestamento de áreas que tenham sido degradadas. O objetivo é "sequestrar" o carbono, ou seja, evitar que ele seja liberado para a atmosfera.
Até o fim do ano, a Natura tem o objetivo de reduzir suas emissões de gases em 33%. O valor oficial da negociação não foi divulgado, mas o montante será destinado ao Fundo Carbono Suruí.
Alternativa de renda
O projeto indígena, iniciado em 2007, usa duas formas de compensação: o "sequestro" de carbono propriamente dito, por reflorestamento; e o desmatamento evitado e a conservação de estoques de carbono pela redução do desmatamento e da degradação florestal.
O trabalho é liderado pelo cacique Almir Suruí, um dos vencedores do prêmio "Herói da Floresta", concedido pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Primeiro Redd+
O Projeto de Carbono Floresta Suruí é considerado pioneiro no Brasil por ser o primeiro projeto de Redd+ indígena a ser validado em certificações internacionais, reconhecido pelo Padrão de Carbono Verificado (VCS, na sigla em inglês) e pelo Padrão Ouro de Clima, Comunidade e Biodiversidade (CCB, na sigla em inglês).
Os dois padrões são os principais órgãos internacionais que creditam projetos para reduzir as emissões de gases do efeito estufa decorrentes do desmatamento e da degradação florestal, conceito conhecido como Redd (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação florestal).

sábado, 17 de maio de 2014

Cinco municípios saem da lista dos que mais desmatam a Amazônia

O Ministério do Meio Ambiente publicou nesta sexta-feira (11), no “Diário Oficial da União”, portaria que tira os municípios de Brasnorte, Feliz Natal e Marcelândia (Mato Grosso), e Brasil Novo e Tailândia (Pará), da lista dos que mais desmatam a Amazônia. O ministério considera que essas localidades estão com as taxas de desmatamento monitoradas e sob controle.
Os municípios cumpriram os três requisitos necessários para sair da relação de desmatadores. O primeiro deles refere-se ao Cadastramento Ambiental Rural (CAR), segundo o qual a cidade tem de ter 80% do seu território com imóveis rurais devidamente cadastrados, excetuando-se as áreas cobertas por unidades de conservação de domínio público e terras indígenas.
O segundo e o terceiro quesitos referem-se ao desmatamento no município, que tem que ser igual ou menor a 40 km² em 2012. Além disso, a média do desmatamento dos períodos de 2010/11 e 2011/12 (o “calendário do desmatamento” começa no meio do ano) precisa ter sido igual ou inferior a 60% em relação à média do período de 2007/08, 2008/09 e 2009/10 .
Esses municípios agora devem ser priorizados na alocação de incentivos econômicos e fiscais, planos, programas e projetos do governo federal, com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico e social em bases sustentáveis, em particular quanto à consolidação da produção florestal, agroextrativista e agropecuária, informa a pasta do Meio Ambiente.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Onça-pintada está mais ameaçada na Mata Atlântica e na Caatinga

Onça-pintada, um dos animais típicos do Pantanal (Foto: Douglas Trent)Exemplar de onça-pintada que foi fotografado no Pantanal. Pesquisa aponta que espécie está mais ameaçada na Mata Atlântica e na Caatinga (Foto: Divulgação/Douglas Trent/Projeto Bichos do Pantanal)
Pela primeira vez, pesquisadores brasileiros avaliaram a situação das onças-pintadas em cada bioma do país e constataram que este mamífero está criticamente em perigo na Mata Atlântica e na Caatinga, além de apontar uma redução de 10% na população desses felinos na Amazônia nos últimos 27 anos.
A fragmentação de florestas devido à urbanização, desmatamento para expansão agrícola e venda de madeira, além da caça predatória e retaliação por morte de animais domésticos ou gado estão entre os principais motivos para a redução de espécimes nos últimos anos.
Os dados fazem parte de um levantamento feito durante três anos por cinco especialistas de três instituições científicas do Brasil, entre elas o Centro Nacional de Pesquisas e Conservação de Mamíferos Carnívoros, Cenap, ligado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.
Com uma população total estimada de 55 mil onças-pintadas, os cientistas creem que nos últimos 27 anos houve um declínio de 30% na população efetiva, ou seja, uma queda no número de indivíduos capazes de se reproduzir e deixar descendentes férteis
O estudo tem o objetivo de atualizar informações sobre as onças-pintadas para a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), que elabora a “Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas”, que já contém 65.518 diferentes nomes de bichos e plantas que podem desaparecer nos próximos anos.
Segundo Ronaldo Gonçalves Morato, coordenador do Cenap, o último levantamento foi feito em 2003. Após uma década, o risco de extinção da onça-pintada em nível nacional se manteve “vulnerável” – classificação dada pela IUCN que indica uma probabilidade de o animal ou vegetal ser extinto, a menos que suas condições de ameaça melhorem.
Com uma população total estimada de 55 mil espécimes, os cientistas creem que nos últimos 27 anos houve um declínio de 30% na população efetiva, ou seja, uma queda no número de onças-pintadas capazes de se reproduzir e deixar descendentes férteis.
Habitat fragmentado
Na Amazônia, onde esta espécie está amplamente distribuída, ocorrendo em 89% da região, o tamanho populacional efetivo caiu 10% nos últimos 27 anos, em razão da fragmentação do habitat e desmatamento. Para Morato, esse percentual é alto e a degradação da floresta é o principal responsável.
Apesar de ser o menor índice de devastação registrado desde que as medições iniciaram, em 1988, é uma área equivalente a três vezes o tamanho do município de São Paulo.De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), por meio do sistema Prodes (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal) o bioma perdeu entre agosto de 2011 e julho de 2012 uma área de 4.571 km².
A Amazônia Legal é a área que engloba os estados que possuem vegetação amazônica - todos os da Região Norte, além de Mato Grosso e parte do Maranhão.
Criticamente em perigo
Na Mata Atlântica e na Caatinga, as onças-pintadas estão criticamente em perigo.
Na Mata Atlântica, nos últimos 15 anos houve perda de 80% da população efetiva. Entre as causas para esta redução está o desenvolvimento dos centros urbanos, que fragmenta áreas verdes necessárias para a sobrevivência das onças e eleva o risco de desaparecimento na região costeira do Brasil. Além disso, há ainda o desmatamento ilegal.
Se conseguirmos que as pessoas parem de matar as onças, será um avanço"
Ronaldo Gonçalves Morato, pesquisador,
Sem a presença de corredores ecológicos (grandes faixas de preservação que permitem o deslocamento de espécies sem contato com humanos), as onças ficam isoladas e “não ocorre a transferência de informação genética entre populações”, afirma Morato, o que significaria uma interrupção no ciclo de reprodução desses animais.
Na Caatinga, outro bioma crítico para as onças, a eliminação de indivíduos por caça e retaliação por predação de animais domésticos e gado é uma “grande ameaça”, conforme o estudo, e causa uma redução drástica de animais na região. A pesquisa sugere a existência de 250 onças-pintadas com capacidade de reprodução nesta região.
No Cerrado, onde a situação da onça-pintada está na categoria “em perigo”, há estimativa de que existam 250 espécimes que conseguem se reproduzir e gerar descendentes. De acordo com o estudo, as onças existentes estão espalhadas pelo bioma e já está comprovado um declínio populacional em consequência de atividades humanas. No Pantanal, a classificação está no patamar "vulnerável" e a população de onças é estimada em mil indivíduos.

Soluções
Segundo Morato, a previsão "pessimista e crítica" reforça a necessidade de criação de um plano que ajude a retirar esta espécie da lista de ameaças. De acordo com ele, o primeiro passo será a implementação do Plano de Ação Nacional para Conservação da onça-pintada, criado em 2009, e que visa a proteção desses animais em todo o país.
Além disso, Morato reforça que será necessário o funcionamento de frentes de trabalho que se aproximem das comunidades que vivem em áreas onde as onças estão, “buscando educar as pessoas em relação à biodiversidade e agregando valor em benefício do animal”.
Os trabalhos começariam pelos biomas mais críticos,  - a Mata Atlântica e a Caatinga. “Queremos estabelecer a meta de aumentar em 20% a população de onças-pintadas na Mata Atlântica nos próximos cinco anos. Se conseguirmos que as pessoas parem de matar as onças, será um avanço”, explica.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Índice de desmate na Amazônia deve ser maior este ano, diz ministério

O  assessor-especial da ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira, Luiz Antônio Carvalho, disse nesta terça-feira (12) que o índice de desmatamento da Amazônia Legal entre agosto de 2012 e julho de 2013 deverá ser maior do que no período anterior, quando a devastação da floresta foi de 4.571 km², menor índice desde que foram iniciadas as medições, em 1988.

A informação poderá se confirmar com a divulgação dos dados do sistema Prodes (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal), levantados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Segundo o assessor, os dados "devem seguir" a tendência de alta do sistema mensal de alertas de desmatamento Deter, que apontou, em setembro, aumento de 35% na devastação em um ano. Ele não acredita no entanto, que o aumento chegue a essa procentagem.
O Inpe ainda não fechou o Prodes para o período 2012-2013, informou o MMA. O índice, que é usado como dado oficial de desmatamento, deve ser anunciado até o fim do ano. Luiz Antônio Carvalho citou ao G1, como indício do provável aumento, a maior quantidade de autos de infração (uma etapa antes da aplicação da multa), e a constatação de que este ano os valores das multas a quem cometeu irregularidades estão “cinco vezes maiores” que no ano passado.
Além disso, segundo ele, técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) constataram grandes polígonos de desmatamento, principalmente no estado do Pará.
“Nós estamos prevendo que o Prodes, cujo primeiro resultado sempre é provisório, talvez indique um aumento [no desmate] em relação ao ano passado. Por quê? Porque ao analisar a atividade no campo, o desmatamento está acontecendo em grandes polígonos, em especial no Pará, fazendo com que esse acumulado [anual] dialogue com dados do Deter”, explica o porta-voz do ministério.
Nós estamos prevendo que o Prodes, cujo primeiro resultado sempre é provisório, talvez indique um aumento [no desmate] em relação ao ano passado"
Luiz Antônio Carvalho, assessor-especial da ministra Izabella Teixeira
Tendência
O Deter é o sistema de detecção de desmatamento em tempo real do Inpe, que analisa a degradação (desmatamento parcial) e o corte raso (desmatamento total) da floresta nos estados que possuem vegetação amazônica (todos os da Região Norte, além de Mato Grosso e parte do Maranhão).
Em setembro passado, ele apontou que entre agosto de 2012 e julho de 2013 houve perda de 2.765,64 km² de floresta amazônica, alta de 35% em comparação com o período de agosto de 2011 e julho de 2012, quando houve a derrubada de 2.051 km² de vegetação.
O período de agosto a julho refere-se aos meses do "calendário do desmatamento", relacionado com as chuvas e atividades agrícolas no bioma. Sem explicitar números, Carvalho diz que mesmo com o possível aumento, o índice de desmatamento em 2013 não vai alcançar o total de 2011, quando a perda de floresta foi de 6,4 mil km².
“Não estamos enxugando gelo, porque se você olhar os últimos três anos, o volume de floresta salva é praticamente o mesmo. Agora, tem muita gente tentando relacionar os aumentos com o código florestal, mas essa correlação é sem fundamento”, disse o assessor.Ele explica que operações realizadas pelo Exército e a Força Nacional nos estados amazônicos contribuíram para a redução nos crimes ambientais na região.
Agente do Ibama inspeciona madeira ilegal apreendida na reserva indígena do Alto Guama, em Nova Esperança do Piriá (PA). Os fotógrafos Nacho Doce e Ricardo Moraes, da Reuters, viajaram pela Amazônia registrando formas de desmatamento. Foto de 26/9/2013. (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)Agente do Ibama inspeciona madeira ilegal apreendida na reserva indígena do Alto Guamá, em Nova Esperança do Piriá (PA). Os fotógrafos Nacho Doce e Ricardo Moraes, da Reuters, viajaram pela Amazônia registrando formas de desmatamento. Foto de 26/9/2013. (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)