RIO BRANCO - Facilidades no crediário auxiliam a população em adquirir produtos e serviços de maneira descontrolada. Um estudo realizado pelo Instituto Fecomercio de Pesquisa Empresarial do Acre (Ifepac), aponta que 39% dos consumidores na capital estão inadimplentes. Órgão entrevistou 259 pessoas no período de 17 a 21 de março, em Rio Branco.
Para o economista Carlos Franco, a inadimplência é consequência do estímulo ao consumo. “O crédito é uma questão relativamente nova para o brasileiro, não só para o acreano. É um processo relativamente normal do ponto de vista econômico porque o Brasil sempre viveu com altos índices de inflação. Estamos agora na primeira geração de brasileiros que sabe viver com estabilidade econômica”, explica Franco.
Ainda de acordo com a pesquisa 41% dos entrevistados dizem pagar as dívidas em dia, mas ficam sem dinheiro para as demais necessidades. E 37% dos entrevistados afirmaram que realizam planejamento e assim economizam na hora de pagar as contas.
Consumismo
Com o crédito fácil – disponibilizado facilmente nas lojas de confecções que geralmente só pedem Cadastro de Pessoa Física (CPF), Registro Geral (RG) e comprovante de endereço para aprovação – o estímulo para o consumo é ainda maior. “As pessoas ainda estão começando a lidar com as opções de crédito a longo prazo”, ressalta o economista. Sobre a inadimplência excessiva, Franco explica que há sim uma solução. “O aconselhável para que o endividamento não ocorra é que o crédito usado fique em torno de 30% em relação a renda líquida”, alerta.
Para a professora Eliete Lopes, o controle para segurar o freio na hora de utilizar o cartão de crédito é difícil. “Eu não coloco no papel o que eu gasto com o cartão de crédito, então é complicado ter o controlo. O cartão dá muita facilidade, mas eu geralmente só gasto com besteira, admito”. Eliete ainda diz que paga as dívidas ‘mês sim, mês não’ e sobre os cartões de lojas ela diz “é difícil controlar a vontade de comprar. O banco realmente facilita, mas os juros são muito altos, as vezes aperta, mas sempre dou um jeito”, conta Eliete.
Controle financeiro
A pesquisa ainda constatou que 9% não se preocupam com controle financeiro e recorrem a algum tipo de financiamento, e outros 9% também são despreocupados, mas preferem não optar pela regularização da inadimplência. 4% dos entrevistados ainda disseram que recorrem a financiamentos mas não conseguem sanar todas as dívidas. “O credito não é um benefício ruim, mas é preciso ser bem pensado. Até porque a inadimplência é ruim para os dois lados” conclui Carlos Franco.
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