sábado, 15 de março de 2014

Devastação da Amazônia pode reduzir chuvas em até 21%

Estudo publicado na revista 'Nature', feito a partir de imagens de satélite, alerta para os efeitos do desmatamento sobre o volume das chuvas.


O desmatamento em grande escala na Amazônia e em outras florestas tropicais pode provocar graves impactos na frequência e no volume das chuvas. Mantido o atual ritmo de desmatamento, cientistas afirmam que até 2050 as chuvas na bacia amazônica durante a estação úmida podem sofrer redução de até 12% e de até 21% na estação seca.  
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Observations of increased tropical rainfall preceded by air passage over forests?

Onde foi divulgada: revista Nature

Quem fez: Dominick Spracklen, S. R. Arnold e C. M. Taylor

Instituição: Universidade de Leeds

Dados de amostragem: Dados de satélites da Nasa, modelos de previsão de desmatamento

Resultado: Chuvas na Amazônia e na África podem diminuir por causa do desmatamento.
As advertências, que também valem para o Congo, região central da África, foram feitas em artigo publicado na quarta-feira (5) na revista Nature por pesquisadores ligados à Universidade de Leeds, Reino Unido. De acordo com eles, o efeito da redução das chuvas para as populações locais podem ser devastadores.
A vegetação das florestas leva a umidade da terra em direção à atmosfera, um processo conhecido como evapotranspiração. Isso já era conhecido da ciência. A novidade deste estudo é que pela primeira vez os pesquisadores cruzaram os efeitos desse processo com a passagem de massas de ar por essas regiões, tomando por base imagens de satélite da Nasa, a agência espacial americana.
Os cientistas estudaram a distância que massas de ar percorrem e concluíram que o vento que atravessa as regiões cobertas por florestas tropicais produz o dobro de chuvas do que o ar que passa por regiões com pouca cobertura vegetal.
"O Brasil fez recentemente alguns avanços na redução nas taxas historicamente altas de desmatamento em toda a Amazônia. Nosso estudo enfatiza que este progresso deve ser mantido se quisermos evitar os impactos sobre a precipitação”, disse o cientista Dominick Spracklen, um dos autores do estudo.
Os últimos dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que o ritmo de desmatamento da Amazônia Legal recuou 17% entre 1º de janeiro e 15 de agosto de 2012, na comparação com o mesmo período de 2011.

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