quinta-feira, 20 de março de 2014

Índice de desmate na Amazônia deve ser maior este ano, diz ministério.

Assessor de ministério apontou grandes derrubadas no Pará.

Aumento de autos de infração do Ibama seriam indicativo de alta


O  assessor-especial da ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira, Luiz Antônio Carvalho,  que o índice de desmatamento da Amazônia deverá ser maior do que no período anterior, quando a devastação da floresta foi de 4.571 km², menor índice desde que foram iniciadas as medições, em 1988.

A informação poderá se confirmar com a divulgação dos dados do sistema Prodes (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal), levantados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Segundo o assessor, os dados "devem seguir" a tendência de alta do sistema mensal de alertas de desmatamento Deter, que apontou, em setembro, aumento de 35% na devastação em um ano. Ele não acredita no entanto, que o aumento chegue a essa procentagem.
O Inpe ainda não fechou o Prodes para o período 2012-2013, informou o MMA. O índice, que é usado como dado oficial de desmatamento, deve ser anunciado até o fim do ano. Luiz Antônio Carvalho citou, como indício do provável aumento, a maior quantidade de autos de infração (uma etapa antes da aplicação da multa), e a constatação de que este ano os valores das multas a quem cometeu irregularidades estão “cinco vezes maiores” que no ano passado.
Além disso, segundo ele, técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) constataram grandes polígonos de desmatamento, principalmente no estado do Pará.
“Nós estamos prevendo que o Prodes, cujo primeiro resultado sempre é provisório, talvez indique um aumento [no desmate] em relação ao ano passado. Por quê? Porque ao analisar a atividade no campo, o desmatamento está acontecendo em grandes polígonos, em especial no Pará, fazendo com que esse acumulado [anual] dialogue com dados do Deter”, explica o porta-voz do ministério.
Nós estamos prevendo que o Prodes, cujo primeiro resultado sempre é provisório, talvez indique um aumento [no desmate] em relação ao ano passado"
Luiz Antônio Carvalho, assessor-especial da ministra Izabella Teixeira
Tendência
O Deter é o sistema de detecção de desmatamento em tempo real do Inpe, que analisa a degradação (desmatamento parcial) e o corte raso (desmatamento total) da floresta nos estados que possuem vegetação amazônica (todos os da Região Norte, além de Mato Grosso e parte do Maranhão).
Em setembro passado, ele apontou que entre agosto de 2012 e julho de 2013 houve perda de 2.765,64 km² de floresta amazônica, alta de 35% em comparação com o período de agosto de 2011 e julho de 2012, quando houve a derrubada de 2.051 km² de vegetação.
O período de agosto a julho refere-se aos meses do "calendário do desmatamento", relacionado com as chuvas e atividades agrícolas no bioma. Sem explicitar números, Carvalho diz que mesmo com o possível aumento, o índice de desmatamento em 2013 não vai alcançar o total de 2011, quando a perda de floresta foi de 6,4 mil km².
Ele explica que operações realizadas pelo Exército e a Força Nacional nos estados amazônicos contribuíram para a redução nos crimes ambientais na região.
“Não estamos enxugando gelo, porque se você olhar os últimos três anos, o volume de floresta salva é praticamente o mesmo. Agora, tem muita gente tentando relacionar os aumentos com o código florestal, mas essa correlação é sem fundamento”, disse o assessor.


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