Logo após o ataque a Pearl Harbor em dezembro de 1941,o exército japonês desembarcou na Península Malaia, invadindo as colônias britânicas, francesas e holandesas, capturando as plantações, que produziam 90 por cento da borracha mundial. Sem as plantações da Malásia, as Nações Aliadas, juntaa, podiam contar com pouco mais de 150 mil toneladas de borracha por ano.
Os japoneses estavam cientes da grande dependência de borracha por parte dos Estado Unidos, a qual era necessária para fazer milhões de pneus para aviões, caminhões, jipes e ônibus, além de balões barragem, botes e baterias de submarino. O racionamento de borracha dificultaria o esforço de guerra para os E.U.. Sem a capacidade de produzir borracha sintética, os Estados Unidos rapidamente mudou sua atenção para a borracha silvestre existente em abundância na selva amazônica brasileira.
Soldados da Borracha – A Brigada Esquecida
O Brasil encomendou um alistamento obrigatório de mais de 55 mil civis, a maioria deles recrutados por meio de campanhas promocionais nos Estados pobres do Nordeste brasileiro. (Decreto-Lei Nº 5.225 de 1º de Fevereiro de 1943 – Publicação Original 03-02-1943 – Diário Oficial da União. Seção 1. 03/02/1943. p. 1513 – Publicação Original 31-12-1943 – Coleção de Leis do Brasil. 31/12/1943. p. 67)
Soldados da Borracha – A Brigada Esquecida
Soldados da Borracha – A Brigada Esquecida
– “Mais pneus para a vitorória” – (Diz um dos cartazes utilizados nas campanhas para o recrutamento dos “Soldados da Borracha” no Nordeste) -
– S.E.M.T.A. (Serviço de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia) -
– S.E.M.T.A. (Serviço de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia) -
Seringalistas nobres e seringueiros pobres
Quando a guerra terminou, o interesse e o apoio dos Estados Unidos desapareceu. Os escritórios da R.D.C. instalados no Brasil foram fechados. O governo brasileiro não cumpriu sua promessa de levar os Soldados da borracha de volta para suas terras no final da guerra. Nem tampouco foram eles homenageados com uma pensão como veteranos de guerra. As tropas brasileiras enviadas para a Itália recebeu uma recepção de herói, mas os Soldados da Borracha foram esquecidos e abandonados na floresta por sua própia sorte, em muitos casos, desinformados de que a guerra tinha terminado há anos, cortados do mundo exterior.
Os Soldados da Borracha sobreviventes se tornaram vítimas de um sistema de escravidão por dívida (Aviamento). Lhes diziam que deviam dinheiro aos seringalistas, cobravam alto preços por comida, equipamento e vestuário, enquanto lhes enganavam sobre o peso da borracha produzida. Eles não tinham outra escolha senão permanecer na selva até a sua dívida ser liquidada. Calcula-se que apenas cerca de 6.000 deles conseguiram retornar para suas terras, por sua própria conta. Sem dinheiro, sem apoio do governo, e sem transporte, a maioria dos Soldados da Borracha sobreviventes se resignaram em permanecer na Amazônia, durante décadas ignorados e esquecidos.
Os Soldados da Borracha sobreviventes se tornaram vítimas de um sistema de escravidão por dívida (Aviamento).
Quarenta anos mais tarde, em 1988, o Brasil ratificou a nova Constituição com um artigo que pedia que os Soldados da Borracha recebessem uma pensão que era apenas um décimo do valor pago aos soldados brasileiros que lutaram ao lado das forças americanas na Itália. Muitos dos Soldados da Borracha encontraram-se inelegíveis porque não poderam fornecer os documentos necessários.
Em 2002, um projeto de lei foi apresentado ao Congresso Nacional pedindo para pagar aos Soldados da Borracha a mesma quantia que é paga aos soldados do Exército Brasileiro que lutaram na Europa durante a Segunda Guerra Mundial. Mas ate hoje, este projeto ainda está esperando para ser assinado.
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