quarta-feira, 2 de abril de 2014

Pesquisa aponta que alunos do Estado do Amazonas não vão bem em Matemática

O Brasil fez feio e o Amazonas apareceu pior ainda no Programa Internacional de Avaliação, que mede a capacidade dos alunos de resolver problemas aplicados à vida real.
[ i ]Alunos do Amazonas não vão bem em Matemática, informa pesquisa.
Manaus - Relatório do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE), aponta o Amazonas como o antepenúltimo no ranking internacional de proficiência em Matemática dos alunos da rede pública de ensino. Com uma média geral de 356 pontos, o Estado ganha apenas de Alagoas (342) e do Maranhão (343,2). Entre os 44 países avaliados, o Brasil ocupa a 38º posição com o pior desempenho na disciplina, com média 428.
No Estado, 37,3 mil (69,4%) alunos do Ensino Médio e Fundamental, de um universo de 53,8 mil estudantes de 15 anos, participaram da pesquisa. Ao todo, 726 escolas amazonenses foram contempladas.
Relacionado a capacidade do indivíduo de modelar mudanças e relações com funções e equações, assim como criar, interpretar e transitar entre as várias representações gráficas e simbólicas, o critério ‘Mudanças e Relações’ foi o que deixou evidente o pior desempenho dos estudantes amazonenses, com média 320.
Neste campo, 68,8% estavam abaixo do nível mínimo de proficiência, seguidos por 18,6% no nível 1; 7,7% no nível 2; 3,2% no nível 3; 1,4% no nível 4 e 0,4% no nível 5.
Considerado o nível mais elevado de conhecimento, por possibilitar ao aluno conceituar, generalizar e utilizar informações com base em modelagem de situações-problema complexas, o nível 6 não teve representação.
O segundo conhecimento menos dominado pelos estudantes do Estado, o item ‘Formular’ que garante ao aluno identificar oportunidades do uso da Matemática, rendeu média 339,5. Neste âmbito, 59,3% dos entrevistados estavam abaixo do nível 1 de proficiência; 26,6% no nível 1; 10,3% no nível 2; 3% no nível 3; e 0,8% no nível 4.
O Nível 2 é estabelecido pela OCDE como grau mínimo necessário para que o estudante exerça plenamente sua cidadania.
O Pisa mostra ainda que, em 2012, 58,9% dos 37,3 mil estudantes do Amazonas avaliados não tinham condição nenhuma de utilizar conceitos matemáticos e analisar informações matemáticas por meio do desenvolvimento de cálculos. O índice, corresponde aos alunos classificados como abaixo do nível 1, do item ‘Empregar’, que apresentou média geral 345,1.
Tomando como base, o critério estabelecido pela OCDE, apenas 8,4% dos alunos estariam minimamente aptos a exercer plenamente a cidadania, contra 87,5%, ao somar o nível abaixo de 1 ao nível 1 (28,6%).
O item ‘Espaço e Forma’, que possibilita decodificar informações visuais, geométricas e de álgebra, foi o quarto pior desempenho dos amazonenses, com média 348,8. Mais de 57% dos adolescentes ficaram abaixo do nível 1, neste campo. Estavam no nível 1, 28,7% da amostra e 10,2% no nível 2.
Com média 349,8, o item ‘Quantidade’ destinado a aferição da capacidade dos estudantes de compreender medidas, contagem, grandezas, unidades, indicadores e tamanho relativo, apresentou 56,1% estudantes abaixo de um, 26,6% no nível 1 e 11,8% no dois.
No âmbito da ‘Interpretação’, responsável pela média geral 368,7, apenas 13,6% dos estudantes conseguiram alcançar o mínimo estabelecido pela organização. Em contrapartida, 46,5% estão abaixo do nível e e 33% no nível 1.
Considerada por muitos como o ponto fraco da maioria dos adultos, a capacidade de compreensão de probabilidades e estatísticas, surpreendeu com uma média geral de 371,6. Apesar de mais alta, a nota ainda deixa transparecer a dificuldade de 41,8% e 37,8% dos alunos amazonenses em ‘Indeterminação e Dados’. Apenas 16,4% e 3,2% atingiram os níveis 2 e 3, respectivamente.
No comparativo com 2009, o Amazonas apresentou uma melhora de 2,6 pontos percentuais, na média geral, de proficiência em matemática, partindo de 353,2 para 355,8.
Repetência
Aspecto bastante conhecido dos pesquisadores brasileiros, segundo o relatório, as taxas de repetência do sistema escolar levou a OCDE a questionar os estudantes, sobre em qual momento escolar repetiram de ano, se nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos anos finais do Ensino Fundamental ou no Ensino Médio.
“A repetência implica um custo financeiro, uma vez que o Estado paga dois anos da mesma educação para um mesmo estudante”, diz o Pisa.
Neste aspecto, 42,7% dos amazonenses informaram já terem repetido de ano pelo menos uma vez. Os homens, com 47,4% das repetências lideraram o ranking. As mulheres corresponderam a 38,4% das reprovações.
Destes alunos, 36,8% estavam matriculados no Ensino Fundamental e 63,2% no Ensino Médio. Este grupo apresentava média de 329,3 e 371,2 em matemática, respectivamente.
Em dezembro do ano passado, o Pisa liberou o resultado do ranking de Leitura, que colocou o Amazonas também entre os últimos Estados dos países que participaram do levantamento.

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