Os investimentos mundiais em energias renováveis caíram 14% em 2013 e a China pela primeira vez liderou os aportes no setor passando a Europa, de acordo com um comunicado da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado nesta segunda-feira (7).
Os investimentos em energias renováveis, exceto a hidroeletricidade, despencaram para US$ 214,4 bilhões em 2013, um recuo de US$ 35,1 bilhões em comparação com o ano anterior e 23% abaixo do recorde anterior de 2011, revelou o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
A queda ocorreu devido à "incerteza política em vários mercados", o que se traduziu em falta de clareza sobre o apoio governamental ao setor e ao custo decrescente de sistemas solares, acrescentou o informe.
"Embora alguns possam apontar para o fato de que o investimento geral nas renováveis caiu em 2013, a queda disfarça os vários sinais positivos de um mercado dinâmico que está evoluindo e amadurecendo rapidamente", disse Achim Steiner, diretor-executivo do Pnuma.
Dados regionais
Os números foram divulgados dias após a publicação do mais recente informe com os alertas mais contundentes sobre os riscos para as futuras gerações de um sistema climático combalido, elaborado por um painel de especialistas em clima da ONU.
Os números foram divulgados dias após a publicação do mais recente informe com os alertas mais contundentes sobre os riscos para as futuras gerações de um sistema climático combalido, elaborado por um painel de especialistas em clima da ONU.
"Os impactos das mudanças climáticas não deixarão intocada ou impassível nenhuma parte do mundo", afirmou nesta segunda-feira o presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), Rajendra Pachauri.
Na Europa, que tem sido líder mundial no apoio ao desenvolvimento das renováveis, os investimentos despencaram 44% para US$ 48 bilhões no ano passado, informou o Pnuma. Na China, a queda foi de 6% para US$ 56 bilhões, enquanto nos Estados Unidos a redução foi de um décimo, para US$ 36 bilhões.
Após nove anos de crescimento, o ano passado foi o primeiro em que os investimentos em renováveis caíram nos países emergentes, destacou o relatório. Apesar disso, o setor das energias renováveis não recebeu só más notícias.
Em toda a parte, a proporção de geração global de eletricidade subiu para 8,5% contra 7,8% em 2012. Excluindo a hidroeletricidade, as renováveis corresponderam a 43,6% da capacidade geradora recém-instalada em 2013.
A energia solar ainda tem o maior suporte dos investidores, enquanto o preço médio de instalação de um painel solar caiu 60%.
Companhias de energias renováveis também receberam mais apoio de investidores privados, com a captação de recursos dobrando para um recorde de US$ 11 bilhões ao longo do ano, destacou o Pnuma. "Fundações para o crescimento futuro do mercado foram criadas em 2013", afirmou Michael Liebreich, presidente do Conselho para Finanças de Novas Energias da Bloomberg, que colaborou no estudo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário